Saúde

Número de fumantes em capitais brasileiras caiu mais de 30% em oito anos

Consumo de cigarro ilegal, porém, aumentou de 2,4% para 3,7%, segundo pesquisa do Ministério da Saúde
Proporção de fumantes de cigarro ilegal no país, com 18 anos ou mais, subiu de 2,4% em 2008 para 3,7% em 2013 Foto: Antonio Scorza / Agência O Globo
Proporção de fumantes de cigarro ilegal no país, com 18 anos ou mais, subiu de 2,4% em 2008 para 3,7% em 2013 Foto: Antonio Scorza / Agência O Globo

BRASÍLIA - O número de fumantes nas capitais brasileiras caiu 30,7% nos últimos oito anos. Segundo resultados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2014), divulgados nesta quinta-feira, 10,8% da população de 18 anos ou mais nessas localidades mantém o hábito de fumar.

Na contramão dessa redução, houve aumento no país do consumo de tabaco ilegal (contrabandeado, falsificado ou comercializado por preço abaixo do mínimo estipulado pelo governo). O último dado, de 2013, mostra que um terço dos cigarros fumados no Brasil têm origem ilícita.

A proporção de fumantes de cigarro ilegal no país, com 18 anos ou mais, subiu de 2,4% em 2008 para 3,7% em 2013. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, enfatizou que, por ser mais barato que o produto comercializado legalmente, o tabaco ilícito tem forte impacto na iniciação do hábito de fumar. Ele anunciou que colocará o tema em mesa de negociações com os países que fazem fronteira com o Brasil, a fim de coibir o contrabando.

— Continuaremos com as ações da PF e da Receita, que já dão excelentes resultados, mas também articularemos com os países do Mercosul, em particular com o Paraguai, para que se respeite e controle o comércio ilícito de tabaco — disse Chioro.

De acordo com o Vigitel, o hábito de fumar é muito diferente nas capitais e no Distrito Federal. Enquanto 16,4% da população do Rio Grande do Sul faz uso do tabaco, em São Luís esse índice é de 5,5%. O Rio de Janeiro está na 7ª posição no ranking de onde mais se fuma, com 10,5% da população adulta tabagista, levemente abaixo da média nacional, que é 10,8%.

O tabagismo é responsável por 200 mil mortes no país anualmente. O cigarro está associado a 25% dos casos de morte por angina e infarto do miocárdio, 85% dos óbitos por bronquite e enfisema pulmonar e 90% dos casos de câncer no pulmão, o mais letal. Estima-se que em 2015 haja 27.330 novos casos desse tipo de tumor.