• Redação Marie Claire
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A blogueira e crítica de mídia norte-americana Anita Sarkeesian, uma das primeiras a enfrentar o machismo nos jogos (Foto: Divulgação / Feminist Frequency)

A blogueira e crítica de mídia norte-americana Anita Sarkeesian, uma das primeiras a enfrentar o machismo nos jogos (Foto: Divulgação / Feminist Frequency)

O #GamerGate, iniciado no ano passado, é considerado o maior escândalo recente da história do videogame, como diz o próprio nome, uma referência ao escândalo Watergate, que derrubou o presidente americano Richard Nixon nos anos 1970.

Para entender o que é esse movimento, é preciso visualizar três grupos diferentes envolvidos: os jogadores que realmente querem debater corrupção na imprensa de videogames e o futuro da indústria, as mulheres que exigem espaço e liberdade de expressão em um universo com muito preconceito e os encrenqueiros, jogadores que não aceitam a diversidade e se dedicam a assediar essas mulheres na internet.

Tudo começou em agosto de 2014, quando o ex-namorado de uma desenvolvedora de games disse que ela teria um caso com um jornalista de videogame. Ela teve seus dados pessoais revelados na internet e é perseguida e ameaçada até hoje.

Outras mulheres começaram a ser expostas e perseguidas, ao ponto em que a imprensa internacional começou a dar atenção aos ataques, criticando os apoiadores do #GamerGate, que se ofenderam e criaram uma espécie de polícia contra os perseguidores para que o debate realmente aconteça. Ou seja, os três grupos brigam entre si em uma bagunça que não parece ter fim.

CRONOLOGIA

Em poucos meses, o #GamerGate cresceu e foi debatido até no The New York Times. Entenda como um comentário de um ex-namorado provocou o maior escândalo recente dos videogames.

16/08/2014

O programador Eron Gnoji publica um post dizendo que sua ex-namorada, a desenvolvedora de jogos Zoe Quinn, supostamente teve um caso com um jornalista de videogames. O post alcança vários fóruns da internet e é usado para criticar a corrupção na imprensa de games.

25/08/2014

A blogueira e crítica de mídia americana Anita Sarkeesian lança um novo vídeo no YouTube criticando o sexismo em videogames, deixando ainda mais irritados aqueles que se sentem pessoalmente atingidos por críticas a jogos por parte da imprensa.

27/08/2014

O ator Adam Baldwin fala sobre a polêmica para pedir maior transparência no jornalismo de videogames usando pela primeira vez a hashtag #GamerGate. No mesmo dia, Anita diz que é alvo de uma série de ameaças e que está deixando sua casa por medo de um ataque, abrindo espaço para outras mulheres relatarem assédio semelhante.

28/08/2014

Vários sites jornalísticos escrevem sobre o assunto anunciando a “morte do gamer” ao criticar o machismo dos apoiadores do #GamerGate.

15/10/2014

Anita Sarkeesian cancela uma palestra que daria na Universidade de Utah ao ficar sabendo de uma ameaça que “o ataque mais sangrento já visto numa universidade dos Estados Unidos”. O jornal The New York Times faz uma reportagem sobre isso e vários outros veículos noticiosos passam a falar do assunto com escrutínio.

16/10/2014

A Associação de Softwares e Entretenimento (ESA), que reúne as maiores empresas do ramo, pede o fim do assédio e das ameaças de violência.

7/11/2014

O CEO da Blizzard, uma das grandes desenvolvedoras de jogos, critica o comportamento agressivo dos defensores do #GamerGate.

26/02/2015

Brianna Wu, co-fundadora do estúdio de jogos Giant Spacekat que virou alvo de ataques após criticar o #GamerGate e falar sobre o machismo dos videogames, cancela sua participação na conferência PAX East por receio de que as ameaças de morte que recebe virem realidade.