Edição do dia 13/12/2014

13/12/2014 21h27 - Atualizado em 13/12/2014 21h27

Veja o volume de água usado para fabricar produtos do dia a dia

Além daquela que usamos diretamente, de várias maneiras, inclusive para matar a sede, existe muito mais água por trás de tudo que se consome.

A maior parte da água consumida não é aquela que vai para nossas casas, e sim a que é usada na agricultura e na indústria. Mas será que é possível medir o tamanho desse gasto?

Além daquela que usamos diretamente, de várias maneiras, inclusive para matar a sede, existe muito mais água por trás de tudo que se consome. Principalmente alimentos.  

“Setenta por cento da água utilizada no Brasil é voltada para questão da produção agrícola e agropecuária”, afirma o gerente de Conteúdo e Metodologia do Instituto Akatu, Gabriel Ribenboin.

E a quantidade de água escondida nos produtos é espantosa, segundo a organização internacional Water Footprint, que promove o consumo consciente. Os cálculos levam em conta todo o processo produtivo. Desde a chuva e a irrigação, no campo, passando pelas indústrias, até chegar à mesa.

Juntos, cafezinho e pão francês já significam 90 litros de água. Um copo de cerveja, 74. O quilo de tomate, 215 litros. O de açúcar, quase 1.800. Arroz, 2.500. Carne de frango: 4.300 litros. E carne bovina, 15 mil litros de água em um quilo de bife. Imagine só: é o equivalente a 340 banhos de cinco minutos. Mais um motivo para evitar o desperdício.

“Quando a gente joga alimentos fora, a gente está jogando todo esse passado de água que foi utilizado na produção desses alimentos”, explica Gabriel Ribenboin.

Usando o mesmo tipo de cálculo, quanto dessa água que a gente não vê existe, por exemplo, em uma camisa de algodão ou outra fibra natural? A resposta: 2.500 litros. E olha que a indústria têxtil, grande consumidora, tem se esforçado para reduzir o gasto de água.

Em uma delas, equipamentos mais modernos e um sistema de reuso reduziram o consumo em até 80%. A maior dificuldade foi no processo de tingimento dos tecidos. Cores fortes gastam muita água. 

“A cada cor que eu fazia, eu era obrigado a soltar aquela água quando eu fosse colocar uma outra cor. Agora não, agora eu utilizo aquele mesmo banho para outras cores, é uma reutilização da água”, conta o gerente industrial Walter Costa.

“Quem vive de tingimento e de moda tem que começar a se preocupar, senão nós vamos ter um negócio morto”, afirma o engenheiro têxtil José Favilla.