Edição do dia 14/06/2015

14/06/2015 21h21 - Atualizado em 14/06/2015 23h16

Vídeo mostra preso por agressão na Gávea em episódio violento em posto

Na ficha policial, José Philippe tem nove ocorrências: a maioria por lesão corporal, como a agressão no posto de gasolina, em 2011.

Um rapaz bonito, nascido em berço de ouro, com vários diplomas. Por trás do que parecia ser a vida perfeita, um histórico de agressões e episódios violentos. O último deles na festa do próprio irmão, na semana passada. José Philippe transformou uma noite que era pra ser de diversão em um pesadelo.

Um homem é agredido violentamente em um posto de gasolina em um bairro nobre do Rio.

“Eu não tive nenhuma chance de defesa”, diz o homem, que não quis ser identificado.

As imagens do vídeo acima foram obtidas com exclusividade pelo Fantástico e mostram o descontrole de José Philippe Ribeiro de Castro.

O rapaz de 28 anos tinha o que se pode chamar de uma boa vida. De família rica, formado em economia, frequentava as melhores festas da cidade. Mas também é conhecido pelo temperamento agressivo.

“Ele não pode estar em sociedade. Ele tem que permanecer preso”, afirma a delegada Monique Vidal.

O episódio do posto é apenas um dos nove casos de agressão registrados contra José Philippe. O mais recente aconteceu semana passada, na casa dele, durante uma festa do irmão mais novo, João Gabriel.

“Tinha em média 30 pessoas, eu conhecia quase todas, todo mundo amigo. Tava uma festa normal”, conta uma jovem que não quis ser identificada.

“Lá pro final da festa chegou o José Philippe com a namorada”, diz Monique Vidal.

“Eu estava com receio de ser morto lá dentro, porque era muito sangue, era sangue para tudo que é lado”, lembra o bancário Gabriel Cunha.

Gabriel conta que fazia xixi no jardim da casa quando foi agredido por José Philippe com um objeto cortante.

“Só ouvi na hora em que ele já estava vindo pra cima de mim e só vi também porque eu escutei o grito da minha noiva”, lembra Gabriel.

Lourenço correu para apartar abriga e teve um corte na mão.

“Quando eu apartei parcialmente ele veio de novo pra cima do Gabriel. E quando ele veio pra cima do Gabriel, a Ana Carolina se jogou na frente de peito aberto”, conta o estudante Lourenço Brenha.

A festa terminou com três feridos. A situação mais grave era a de Ana Carolina. O noivo dela, Gabriel, que teve parte da orelha arrancada, resolveu pedir ajuda na rua. Bateu na porta de algumas casas e foi até uma guarita onde estava o segurança da madrugada.

“Ele me viu na guarita e pediu minha ajuda para tentar salvar a namorada dele que tava sendo esfaqueada, sendo espancada”, conta o segurança.

Lourenço e o dono da festa chamaram um táxi e levaram Ana Carolina até um hospital perto da casa. Ela foi operada às pressas com perfurações no tórax e no abdômen. E ficou com duas cicatrizes.

“O que ela perdeu de sangue eu tinha certeza que ela ia morrer ali mesmo. Cena de terror”, conta Lourenço.

José Philippe contou à polícia uma versão diferente. Disse que havia uma briga generalizada, que não viu quem feriu quem e que não tinha nenhum tipo de arma na mão.

“A versão dele é fantasiosa. Essa versão não é sustentada nem pela namorada nem pelo próprio irmão. Ele chegou e transformou a festa num banho de sangue”, diz a delegada.

José Philippe foi indiciado por dupla tentativa de homicídio qualificado, por motivo fútil e sem que as vítimas pudessem se defender. Ele foi preso no domingo (7), pela manhã, em casa, onde a festa tinha acontecido. Estava dormindo com a namorada.

“O que impressiona também, além disso, é a frieza depois de tudo o que ocorreu. Porque ele foi dormir e ele continuou lá”, ressalta Monique Vidal.

Na mesma noite, antes de chegar em casa, José Philippe esteve em outra festa, como mostram as imagens no vídeo acima. A noite era o território dele. Ele produzia festas no Rio. O Fantástico teve acesso a arquivos de áudio atribuídos a José Philippe.

“Mas ó, eles mexeram com a pessoa errada. Fica tranquilo. Tu vai ver agora queima de arquivo, relaxa”, diz José Philippe em um áudio.

O alvo da ameaça, um concorrente na organização de festas, não quis gravar entrevista, mas confirmou que a voz é de José Philippe.

“Esses malucos aí, velho, tu vai ver agora o caminho que eles vão, tu vai ver a onde que eles vão parar, entendeu?”, dizia José Philippe em um outro trecho.

O tom ameaçador não é novidade para quem o conhece.

Fantástico: Qual é a fama dele? O que você ouvia falar do José Philippe?
Lourenço Brenha: Agressivo, manipulador, mulherengo.

Na ficha policial, nove ocorrências: a maioria por lesão corporal, como a agressão no posto de gasolina, em 2011, que foi mostrada no início desta reportagem. Era madrugada e José Philippe teria sido grosseiro com uma mulher. Um amigo que estava com ela chamou a atenção de Philippe, pedindo que fosse mais gentil. Foi o bastante para desencadear mais um episódio violento.

“Ele passa por trás de mim, me puxa pelo ombro, por trás, e me dá a cotovelada no meu rosto muito forte, na qual eu caio no chão, desacordado, ele senta em cima de mim, vem pra cima de mim desacordado, de costas para ele, de frente para o chão, e começa a golpear”, conta a vítima.

Fantástico: O que você sente quando vê as imagens?
Vítima: Revolta, revoltado pela crueldade e covardia dele.

O Fantástico procurou insistentemente a família e os advogados de José Philippe. Não fomos recebidos e nem tivemos retorno por telefone. O pedido da prisão preventiva foi aceito pela Justiça. José Philippe aguarda julgamento em um dos presídios de Bangu.

Fantástico: Você tem medo que ele saia da prisão?
Lourenço Brenha: Sim.
Fantástico: O que que você acha que ele pode fazer?
Lourenço Brenha: Me matar. Matar minha família. Ele teve agressividade pra fazer o que fez, ele só não matou porque foi um acaso.

“Ele é rico, de classe alta, mas ele é um criminoso. Então a cadeia tem que ser pra qualquer um que comete um ato fora da lei”, diz a delegada Monique Vidal.

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