07/07/2015 19h48 - Atualizado em 07/07/2015 19h48

Sobrevivente do Holocausto emociona alunos em relato no ES

Lúcia tinha 13 anos quando foi colocada em um campo de concentração.
Ela foi a uma escola contar para os alunos o que passou na 2ª Guerra.

Do G1 ES, com informações da TV Gazeta

Estima-se que mais de 6 milhões de judeus tenham morrido nas mãos do exército nazista durante a Segunda Guerra Mundial. O número de presos nos campos de concentração foi ainda maior. Lúcia Carasso, de 86 anos, ainda tem a tatuagem no braço que apresenta o número de identificação dela em um campo na Polônia. Atualmente ela mora no Espírito Santo.

Pouco mais de 72 anos depois de ter sido libertada por soldados aliados que invadiram o campo de concentração, no dia 27 de janeiro de 1945, Lúcia foi à Escola Estadual Mário Gurgel, em Vila Velha, onde relatou o que passou naquela época e emocionou alunos do ensino médio.

Mais de 200 alunos assistiram à neta de Lúcia, Michele Carasso, ajudar a avó a contar histórias de tortura  e sofrimento. Em uma cadeira de rodas, a sobrevivente compartilhou lembranças que emocionaram os adolescentes.

"Isso precisava ser relatado, para que os jovens de hoje tenham consciência de toda a tortura, todo o sacrifício que eles passaram durante a Segunda Guerra Mundial no período em que estiveram presos, porque é uma coisa que não pode se repetir, uma coisa horrorosa dessas", explica Michele.

Lúcia nasceu na Grécia, onde vivia com a família até ser levada para um campo na Polônia, aos 13 anos. "Bateram na porta e disseram que nos levantássemos e saíssemos de dentro de casa, do jeito que estávamos. Meus pais nunca mais vi. Sobrevivi e criei minha família", conta Lúcia.

Ela, os pais e os quatro irmãos foram separados assim que foram presos. A sobrevivente ficou com a irmã.

"O tempo inteiro que tiravam a mãe e colocavam numa fila, ela corria pra mãe e aí foi minha tia Meri, que era irmã dela mais velha, que chamou a atenção e falou 'Lúcia, vem pra cá, fica comigo, daqui a pouco vamos ver nossa mãe'. Não deve existir nada pior para uma mãe do que se ver separada de forma abrupta de um filho", diz Michele.

Após serem libertadas, as irmãs voltaram para a Grécia, onde Lúcia se casou com Michel, que também sobreviveu a um campo de concentração.

Depois de anos no país europeu, o casal viveu em Israel e depois veio para o Brasil. Michel morreu há oito anos e escreveu um livro que conta as experiências de cada um nos campos da Polônia.

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Michele acompanhou a avó Lúcia na conversa com os estudantes  (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)Michele acompanhou a avó Lúcia na conversa com os estudantes (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)

 

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