De olho no consumidor da classe C, os pequenos empresários estão buscando alternativas para driblar a crise econômica e a queda no movimento e a criatividade está surtindo bons resultados.
Em um salão de beleza de Bauru, no interior de São Paulo, quem paga por um serviço ganha outros dois. "Quando a gente divulga este tipo de promoção, a procura aumenta em torno de 60%", diz a dona do salão, Ariella Ferrari. A podóloga Alexandra foi ao salão apenas para pintar o cabelo, mas saiu com uma hidratação e uma reconstrução capilar.
Criar mais ofertas também é a campanha de uma loja em Bauru. Quem compra uma semijoia pode levar outra pela metade do preço. Os descontos fizeram o movimento aumentar 30%.
Os empresários e comerciantes estão de olho na classe C, que mesmo em um ano difícil, deve movimentar mais de R$ 1 trilhão na economia brasileira. É o que mostra uma pesquisa do Instituto Data Popular. Mas para chamar a atenção deste consumidor e caminhar na contramão da crise, é preciso criatividade.
“Tem muito dinheiro em circulação e como que eu consigo conquistar a confiança do consumidor e consequentemente o dinheiro dele? Oferecendo algo melhor ou diferente do que o mercado está oferecendo", explica o economista Adriano Fabri.
Em Fortaleza, uma padaria faz a promoção uma vez por semana: quem comprar dois bolos leva o terceiro de graça. A estratégia dos consumidores para aproveitar melhor a oferta é se juntar a outros. Vizinhos, colegas de trabalho, parentes... Eles pagam ainda mais barato pelo bolo, economizam no lanche e a padaria fatura mais. No dia da promoção, ela consegue vender o dobro de bolos em relação a um dia comum.
No Tocantins, uma rede de lanchonetes conseguiu, em um mês, aumentar as vendas em 50%. Na compra de um sanduíche, o cliente tem a opção de levar outro igualzinho, pagando só mais R$ 3. A promoção vale de segunda a quinta.
