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Paraná fala em resgatar credibilidade do clube e reduz folha salarial do time

Diretoria do Tricolor desenha novo teto salarial do elenco, anuncia corte de 50% na folha e renegocia valores. "Infelizmente tivemos que cortar na carne", diz presidente

Por Curitiba

Durval Lara Ribeiro Vavá Paraná Luiz Carlos Casagrande Casinha (Foto: Monique Silva)Durval Lara Ribeiro e Luiz Carlos Casagrande reajustam planejamento financeiro do Paraná (Foto: Monique Silva)

Depois de confirmar a saída do meia Lucio Flavio, o presidente do Paraná, Luiz Carlos Casagrande, o Casinha, afirmou que tem como principal meta retomar a credibilidade do clube. Em meio à reformulação do grupo para a Série B, com a constante chegada de atletas, a diretoria busca negociar salários, com o corte de 50% na folha salarial do elenco tricolor.

Com o objetivo de colocar a saúde financeira do clube em dia, Casinha disse que o clube está se prevenindo para evitar futuras ações trabalhistas. O clube tem sofrido com problemas financeiros há pelo menos três anos. Os atrasos salariais - que chegaram a sete meses no auge da crise - provocam a saída de jogadores e processos judiciais.

- O Paraná não quer daqui a seis ou oito meses tenhamos que estar reunidos com outros atletas pedindo para fazer uma redução de salário. Vamos sim trazer, se tivermos que trazer, outros atletas, juntando com esses que já estão. Queremos é voltar a dar a o Paraná credibilidade perante o Brasil inteiro. A ideia é chegar ao fim de cada mês, e a cada dia 5 possamos efetuar os pagamentos em dia - disse o presidente, em entrevista coletiva à imprensa.

Após a renúncia de Rubens Bohlen, ocorrida em março, a nova diretoria encara desafios dentro e fora de campo. Enquanto dentro das quatro linhas o time sonha com o acesso à Série A depois de oito anos, os dirigentes redefiniram o planejamento e se dividem entre conversas individuais com atletas visando a redução de salários. De acordo com o superintendente de futebol, Durval Lara Ribeiro, o Vavá, a medida é para que a diretoria evite ser cobrada por problemas financeiros, e possa exigir mais dos jogadores em campo.

- Estamos procurando montar um time que seja guerreiro e vencedor, e infelizmente aconteceu isso. Essa redução tinha que acontecer. Estamos nos prevenindo, mantendo um grupo com qualidade, com uma folha mais baixa do que tinha antes. Eu tenho que chegar aqui e cobrar do jogador, não ser cobrado.

Segundo Casinha, cada atleta está sendo tratado caso a caso, como foi a situação de Lucio Flavio, que preferiu deixar o clube, e a do goleiro Marcos, que aceitou reduzir o salário e renovou até dezembro de 2016.

- Cada jogador será tratado caso a caso. O Vavá já está conversando com alguns jogadores. Outros teremos, assim como o Lucio Flavio, teremos o mesmo respeito na negociação. Aqueles que acharem que não podem se enquadrar, infelizmente teremos que providenciar as rescisões - completou.

O presidente não entrou em detalhes sobre qual seria o novo teto salarial do clube, mas confirmou que a redução nos valores foi pela metade. 

- Nós temos um teto salarial e uma proporção de folha de pagamento. Não vamos divulgar porque fica indelicado, dizer que o Joãozinho ganha 50, e o Pedrinho vai ganhar 20, porque reduziu. Não vamos expor os jogadores. É mais de 50%. Infelizmente tivemos que cortar na carne - disse Casinha.

Um dos atletas que ainda estão com a situação indefinida é a do volante Ricardinho, cujo contrato se encerra no fim do ano, e está afastado do time titular.

- O Ricardinho está na mesma condição do Lucio e dos demais que terão o sues casos tratados individualmente. Não tem nada de que ele possa ser transferido ou não. Ele ainda está conversando conosco. E se ele achar, como o Marcos fez, que deve continuar, ele faz parte do elenco porque o treinador assim deseja. Se ele achar que tem que sair e não aceitar a condição, aí paciência, não podemos fazer nada.