Após as prisões de sete dirigentes da Fifa acusados de
corrupção, na madrugada desta quarta-feira, na Suíça, a entidade que comanda o
futebol convocou uma conferência de imprensa extraordinária para tentar
esclarecer o ocorrido. Porta-voz da Fifa, Walter de Gregorio encarou as
perguntas dos jornalistas sobre as detenções. Ele garantiu que a reunião
marcada para esta sexta-feira para selar a reeleição de Joseph Blatter não será
adiada, repetiu diversas vezes que Blatter e o secretário-geral Jérôme Valke
não estão envolvidos e afirmou que hoje é “um bom dia” para a Fifa.
-
Fifa está sofrendo nessas circunstâncias. É um
momento difícil para nós - disse o porta-voz.
Questionado se este era o momento mais baixo da história da
Fifa, De Gregorio tentou ser otimista e disse que o ocorrido será bom para
limpar a imagem da entidade.
- Isso para a Fifa é bom. Não é bom em termos de
reputação, mas em termos de limpeza, é bom. Não é um bom dia, mas é também um
bom dia. O processo segue e nós estamos olhando para frente.
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O porta-voz fez questão de frisar que o presidente da Fifa,
Joseph Blatter não está envolvido nas acusações e seguirá como mandatário da
entidade.
- Blatter não está envolvido. Isso é uma informação
importante. Ele está focado no congresso. O fator estresse está maior hoje do
que ontem, mas ele está relaxado. Não está envolvido - decretou.
De Gregorio afirmou ainda que não haverá novo sorteio para as
Copas do Mundo de 2018 e 2022, que estão confirmadas.
- As Copas serão disputadas na Rússia e no Catar.
Delegados de quase todas federações de futebol estão em Zurique
para o congresso da Fifa marcado para esta sexta-feira no qual Joseph Blatter
tentaria buscar seu quinto mandato como presidente da entidade.
As acusações baseadas numa investigação do FBI que começou em
2011 apontam corrupção generalizada na Fifa nas últimas duas décadas -
envolvendo a disputa pelo direito de sediar as Copas da Rússia (2018) e Catar
(2022) - além de contratos de marketing e televisionamento. Fontes da justiça
americana dizem que 14 pessoas ligadas à Fifa serão indiciadas por crimes como
fraude, lavagem de dinheiro e extorsão. Eles seriam o citado Webb (Ilhas
Cayman), vice-presidente da comissão executiva e presidente da Concacaf;
Eugenio Figueredo (Uruguai), que também integra o comitê da vice-presidência
executiva e até recentemente era presidente da Conmebol; Jack Warner (Trinidad
e Tobago), ex-vice-presidente da Fifa e ex-presidente da Concacaf, acusado
anteriormente de inúmeras violações éticas; Julio Rocha (Nicarágua), presidente
da Federação Nicaraguense; Costas Takkas; Rafael Esquivel; Nicolás Leoz,
ex-presidente da Conmebol; e o brasileiro José Maria Marin, ex-presidente da
CBF.