07/07/2015 20h02 - Atualizado em 07/07/2015 20h07

AL-RS faz estudo para aumentar controle de gastos com viagens

Auditoria indicou que deputados ganham valores sem comprovar pernoite.
Corregedor diz ter provas de extorsão praticada por deputado.

Giovani GrizottiDa RBS TV

Em uma semana, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul deve terminar um estudo para aumentar o controle sobre gastos dos deputados com viagens. Uma auditoria demonstrou que deputados estaduais estão descumprindo regras para prestação de contas de diárias de viagens. Entre janeiro e junho deste ano, foram gastos quase R$ 1,5 milhão em diárias.

Entre as mudanças, deverão constar a exigência de nota de hotel para viagens com pernoite. Além disso, o deputado que viajar em um dia e retornar no outro, deverá receber apenas uma diária, e não uma diária e meia, que hoje equivale a quase R$ 900.

"Acho que vai acontecer um controle mais forte sobre, por exemplo, questão de diárias, de fiscalização de diárias, a questão do pernoite ou não", disse nesta terça-feira (7) o presidente da Assembleia, Edson Brum.

As irregularidades verificadas na Assembleia também envolvem o deputado Dr. Basegio (PTD), suspeito de exigir parte dos salários dos servidores. O corregedor da Comissão de Ética da Assembleia Legislativa, Marlon Santos (PDT), diz ter provas de extorsão praticada pelo deputado contra assessores do gabinete.

O corregedor teve acesso a documentos entregues ao Ministério Público pelo ex-chefe de gabinete Neuromar Gatto. Em uma anotação, o deputado Diógenes Baségio relaciona nomes de assessores e valores que eles teriam de devolver. A grafia, segundo o Perito Oto Rodrigues, é do deputado.

Um dos funcionários, por exemplo, deveria repassar R$ 2.335. O corregedor diz que o recibo mostra que o servidor sacou da própria conta o mesmo valor, no dia em que recebeu o salário.

"Existe o saque no valor correspondente àquele prescrito pelo parlamentar, conforme é o objeto da pericia da pessoa que fez a grafologia atestando que a letra é do deputado. O resultado com certeza demonstra um tipo muito claro de extorsão  ou qualquer coisa que o valha", diz Santos.

O presidente da Comissão de Ética, Juliano Roso, diz que para a denúncia ser investigada é preciso abrir um novo processo. Isso porque o corregedor deixou de fora do relatório os casos de extorsão de salários, revelados pelo Fantástico há um mês.

"Se o corregedor apresentar um requerimento pedindo a  abertura da Comissão de Ética para esse caso, reabriremos o processo à luz dessas novidades que ele estaria trazendo. Seria um segundo processo", explica.

Ao fim da investigação, o deputado Doutor Baségio pode ser absolvido ou condenado com penas que vão desde censura até cassação do mandato.  A decisão final será dos colegas em plenário. Nesta terça, a Mesa Diretora da Assembleia aprovou um pedido de informações encaminhado pelo parlamentar. Ele pediu uma lista dos cargos de confiança de todos os gabinetes da casa.

 

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