O alerta do Tribunal de Contas da União sobre a possibilidade de aumento
de gastos nas obras do Parque Olímpico fez com que o prefeito do Rio, Eduardo
Paes, garantisse que o temor do órgão fiscalizador não será concretizado. Nesta
sexta-feira, Paes fez um balanço do trabalho da prefeitura este ano nas
construções ligadas aos Jogos Olímpicos de 2016.
O prefeito ressaltou que o TCU só seria responsável pela fiscalização
das obras financiadas pelo governo federal, que no Parque Olímpico são o
Estádio Aquático, o Centro de Tênis e a Arena do Futuro. As outras seis construções
são feitas em parceria público-privada, fora da esfera do TCU. Paes ressaltou
que a lei prevê aditivos de até 25% e indiretamente lembrou algumas obras dos Jogos Pan-americanos, que ficaram acima dos gastos previstos - o Engenhão teve custo inicial de R$ 87 milhões e foi concluído por R$ 360 milhões.
- Estamos trabalhando para não ter nenhum aditivo. Mas o que a
gente não quer deixar acontecer aqui é a lógica brasileira de que começa com um
valor e termina com três, quatro vezes mais. Isso eu garanto que não vai
acontecer. Dentro da margem 25% é aceitável. Se tiver aditivos vai ser dentro
da margem de contato. Em nossas casas a gente acaba gastando um pouco mais com
obra do que planejou – disse o prefeito.
Tirando o Velódromo, que está três semanas atrasado, as outras obras
tocadas pela prefeitura estão no prazo, segundo Eduardo Paes. A greve de duas
semanas dos operários do Parque Olímpico, em abril, foi recuperada na maioria das
instalações.
- O nosso esforço foi para não ter aquela história de 24 horas e sete
dias por semana, hora extra. Custa mais. Erro de planejamento custa mais. Os
prazos não são confortáveis, mas estou confiante.
O prefeito acredita que os Jogos no Rio de Janeiro inspirou as mudanças
no movimento olímpico para baratear as próximas edições. Ele citou o modelo de
arquitetura nômade, usado na Arena do Futuro, que depois de 2016 será
desmontada e será transformada em quatro escolas.
- Isso acontece pela primeira
vez nos Jogos Olímpicos, como a parceria público-privada. O Rio inspirou o
movimento olímpico a fazer Jogos mais sustentáveis, com menos dinheiro público
e sem estádios delirantes. Não Rio não há uma preocupação estética com os
estádios. Queremos fazer estádios bonitos, legais, mas nossa preocupação é com
a funcionalidade do evento, não com o gigantismo de um estádio.
O Parque Olímpico terá custo estimado em R$ 2,34 bilhões. As obras do Centro de Tênis, do Velódromo, a Arena Futuro e do Centro Aquático são financiadas pelo governo federal e executadas pela prefeitura ao custo de R$ 666,3 milhões. Já as Arenas Cariocas, o hotel, o IBC, o MPC, a infraestrutura e a pavimentação e paisagismo têm a responsabilidade de uma parceria público-privada, ao custo de R$ 1,67 bilhão.