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Justiça nega recurso da Portuguesa e pode levar área do Canindé a leilão

Tribunal do Trabalho rejeita pedido do clube para reverter penhora de terreno da sede social do clube, garantia em ação de R$ 47 milhões que reúne oito processos distintos

Por São Paulo

Portuguesa x Icasa, no Canindé (Foto: Leonardo Lourenço)Área penhorada não inclui estádio propriamente dito, mas as áreas administrativas e de lazer do clube (Foto: Leonardo Lourenço)

A Portuguesa sofreu nova derrota na Justiça do Trabalho e não conseguiu reverter a penhora de parte do Canindé, determinada em abril para garantir o pagamento de ações que somam R$ 47 milhões.

O clube teve um recurso negado ao alegar excesso na penhora, falhas no laudo pericial que determinou a localização da área bloqueada, a dimensão e o valor do terreno de 42 mil metros quadrados.

Peritos do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) avaliaram o local, que inclui o clube social, mas não o estádio, em R$ 123,5 milhões, mas o clube afirma que a área vale dez vezes mais. A tentativa dos dirigentes, porém, foi mal sucedida. Agora, a Justiça já pode determinar a data e forma de venda do imóvel.

A penhora foi determinada pelo juiz Maurício Marchetti, em abril, quando ele reuniu em uma única ação valores devidos em oito processos que, juntos, soma R$ 47,325 milhões

Para garantir o pagamento dos débitos, a 59ª Vara Trabalhista de São Paulo não só penhorou, como também tornou indisponível o terreno da sede social da Lusa. Qualquer negociação referente ao imóvel tem de passar pelos tribunais.

A ação original, de 2002, é de autoria do ex-jogador Tiago de Moraes Barcellos e cobra cerca de R$ 5 milhões. Houve acordo seis anos depois, mas a Portuguesa só saldou metade da dívida, o que fez com  que a disputa voltasse à vara de origem, que determinou a penhora do terreno.

Com o imóvel como garantia, mais processos em fase de execução foram incluídos nesta mesma cobrança. São outros sete, um deles cível – a preferência é das ações trabalhistas, porém.

Entre os ex-jogadores que têm dinheiro a receber da Portuguesa estão o ex-zagueiro Rogério Pinheiro (R$ 10 milhões) e o atacante Ricardo Oliveira (R$ 1 milhão).

Negociar o local na Zona Norte da cidade era o principal plano do ex-presidente Ilídio Lico, que renunciou em março. Havia tratativas com incorporadoras que previam a cessão de parte do terreno para a construção de torres residenciais em troca da reforma do estádio.

O atual mandatário, porém, tem se posicionado de forma contrária a uma transação que inclua o Canindé. Jorge Manuel Gonçalves já declarou que "vender não faz sentido"