• 26/07/2015
  • por redação; fotos Jane Beiles / The New York Times
Atualizado em
Casa de desenho animado (Foto: Jane Beiles / The New York Times)

Quando David Hawkanson, diretor executivo da Steppenwolf Theater Company, resolveu comprar sua 12ª casa, a escolha foi, no mínimo, peculiar. A propriedade, semelhante à de Carl, personagem da animação Up - Altas Aventuras, era minúscula, amarela e cercada por construções muito maiores que ela.

A compra, quase por impulso, aconteceu em 2007, quando um dos curadores com quem trabalhava sugeriu que seria bom para sua imagem criar raízes em algum lugar. "Este é todo o espaço que eu preciso agora", pensou Hawkanson naquele momento.

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Casa de desenho animado (Foto: Jane Beiles / The New York Times)

O que ele não esperava é que a casa de pouco mais de 200 m², muito pequena para os moldes de Chicago, era, na verdade, um ponto turístico da cidade que datava o grande incêndio de meados de 1871. O acidente, na época, matou 300 pessoas e deixou 300 mil habitantes sem um lar.

Casa de desenho animado (Foto: Jane Beiles / The New York Times)

Foi quando a Chicago Relief and Aid Society criou um plano de moradia no qual distribuiria kits para a construção de cabanas de dois tamanhos – a pequena, com custo de US$ 100, e a menor ainda, de US$ 75 – para redomiciliar a região de Old Town. Os Fire Releafs, como eram conhecidos, vinham com madeira pré-serrada, janelas, uma porta, uma chaminé e uma partição flexível que ofereceria um mínimo de privacidade.

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Casa de desenho animado (Foto: Jane Beiles / The New York Times)

Das milhares de minicasas, poucas sobreviveram intactas ao passar dos anos. O  novo lar de Hawkanson era a mais preservada (apesar de ter ganhado garagem, banheiro e sacada em algum momento). Isso só aconteceu porque ela foi tombada como patrimônio histórico, já que os moradores anteriores tentaram modificá-la de todas as formas imagináveis.

Casa de desenho animado (Foto: Jane Beiles / The New York Times)

Agora, a excêntrica morada é, frequentemente, visitada por grupos de turistas que, muitas vezes, confundem a propriedade privada com uma pública. Em cenas memoráveis, já invadiram a sala de jantar para comer sanduíches tirados das bolsas, para citar uma das situações pelas quais o proprietário passou.

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Casa de desenho animado (Foto: Jane Beiles / The New York Times)

Mas o Sr. Hawkanson não acha de todo mal. Tímido, para ele basta sentar-se no quintal e pessoas puxam assunto. E quanto às frequentes invasões, ele explica como resolveu: "Eu ameaço com a mangueira do jardim."

Casa de desenho animado (Foto: Jane Beiles / The New York Times)