Em vez da raça de Vidal, os guerreiros Rapa Nui. No lugar da ginga de Neymar, o bailado das acrobatas alçadas por balões por cima do público até o gramado. E fogos de artifício anunciaram que vem aí a beleza do futebol de Messi. Diante de um público que ainda não lotava o Estádio Nacional de Santiago, a cerimônia de abertura da Copa América foi uma festa simples, mas cheia de paixão latina, para dar início à disputa pela bola no gramado, no jogo de abertura entre os anfitriões chilenos e equatorianos.
Apagadas as luzes, a festa começou com um vídeo no telão de um engravatado entediado, mas que se anima com uma bola e a chuta. Depois de apresentar os países participantes, o eletrônico saiu de cena para a primitividade dos guerreiros Rapa Nui, com o Hoko, dança tribal da Ilha de Páscoa. Em meio a muitos sons guturais, tambores e chamas num palco montado à beira do gramado, o número tentou passar a ideia de como o povo sul-americano vibra pela Copa América.
Do alto, veio a poesia. Penduradas em balões com as bandeiras de cada um dos 12 países participantes, acrobatas fantasiadas como um misto de lutadoras e pássaros surgiram sobre as arquibancadas do Estádio Nacional. Passaram sobre o público e pousaram no gramado, para alçarem voo de novo com grandes capas brancas. Nesse momento, a nota dissonante: o que era para ser misterioso deu para se ver o tempo todo. Surgiu do meio uma enorme reprodução da taça da Copa América, desvelada em seguida.
E dessa vez o mascote da competição não foi esquecido. Zincha, cujo nome é uma mistura de zorro (raposa em espanhol) e hincha (torcedor, desfilou na pista acompanhado de crianças cadeirantes. Depois do hino da Copa América, interpretado pelo grupo "Noche de Brujas" no palco fora do gramado, fogos de artifício encerraram a celebração.