A presidente Dilma deve receber amanhã um estudo para acabar com 10 ministérios. Um integrante do governo, que é petista, revela que uma dessas sugestões dá mais poder à Casa Civil, que assumiria a Secretaria de Relações Institucionais. Pelo menos essa proposta é polêmica, porque fortalecer o ministro Aloizio Mercadante (foto) implica demitir o vice Michel Temer da coordenação política. 

Ministérios temáticos na mira

A Casa Civil fazia a coordenação política e administrativa no início do primeiro governo Lula. Isso mudou quando o poderoso José Dirceu foi abatido no mensalão. Mas essa mudança, depois da recente conversa entra a presidente Dilma e seu vice, Michel Temer, virou manobra arriscada. O estudo prevê tirar status de ministério das pastas: Pesca, Portos, Aviação Civil, Mulheres, Direitos Humanos, Igualdade Racial, Micro/Pequena Empresa e Assuntos Estratégicos. Além disso, perderiam o status o Gabinete de Segurança Institucional e o BC. O estudo é visto com ceticismo. Teria o aval da opinião pública, mas geraria conflitos na base. 

“Eu não gosto da expressão pós-ajuste. Não deve ser usada. Esse pós-ajuste ainda não existe. O ajuste fiscal não acabou” 

Joaquim Levy, ministro da Fazenda, em reunião na terça-feira, segundo relato de senadores governistas

Plim! Plim!

O programa de TV do PT da última quinta-feira atingiu seu objetivo, segundo a direção petista. Ele foi concebido para abastecer militantes e simpatizantes com informações para que possam fazer a defesa do governo Dilma. 

Fora de jogo

Apesar das frequentes conversas, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT), coleciona insucessos em suas tentativas de apagar o fogo do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB). Os aliados não aguentam mais ouvi-lo se queixando de traições e dizendo coisas como “base é base” e “quem não quer ser base é melhor sair do governo”. 

Língua de conveniência

O PSDB, que deita e rola com a desgraça petista (Lava-Jato), adotou a lei do silêncio diante do presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Citado pelo delator Júlio Camargo e investigado pelo PGR, Rodrigo Janot, Cunha é aliado da oposição. 

Me chama! Me chama!

A presidente Dilma está debaixo de fogo cruzado, mas o senador Cristovam Buarque (PDT) quer ser recebido no Planalto. “Eu gostaria de ir lá falar com ela”, disse no Senado. Integrante da ala de senadores independentes, que não têm lado, apresentou-se da tribuna como “crítico respeitoso” e que quer dizer “umas verdades para ela”. 

A crise que vale

Cientistas políticos consideram que a avaliação negativa do governo Dilma não tem relação com a crise econômica. Dizem que é por causa da crise moral. No governo, é voz corrente que, se a economia melhorar, o resto vira fumaça. 

Futebol S/A 

Relator da Lei do Futebol, o deputado Otavio Leite (PSDB-RJ) está buscando apoio para derrubar um dos vetos da presidente Dilma. Sua intenção é manter na lei o artigo que permite aos clubes mudar de natureza política para empresa. 

A Coordenação Política está pressionando os ministros. Atribui à desobediência deles a declaração de independência do PDT e do PTB.