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Estudo encomendado pela Nasa propõe instalação de base lunar em duas décadas

Recursos explorados no satélite podem baratear missão a Marte, prevista para os anos 2030

Instalação lunar serviria para a produção de combustível para a exploração humana de Marte
Foto: Divulgação
Instalação lunar serviria para a produção de combustível para a exploração humana de Marte Foto: Divulgação

RIO — O primeiro passo do homem na Lua aconteceu há 46 anos, com a missão Apolo 11, e, desde Neil Armstrong e Buzz Aldrin, outros dez astronautas estiveram por lá, sendo a última visita em 1972. Agora, um estudo encomendado pela Nasa propõe que, por meio de parcerias público-privadas, seja possível retornar ao satélite dentro de sete anos e, depois disso, uma base lunar para quatro pessoas seja estabelecida no prazo entre dez e 12 anos, com os custos dentro do orçamento atual da agência espacial americana.

O relatório foi elaborado pela NexGen Space, formada por ex-executivos e ex-engenheiros da Nasa, para avaliar a viabilidade técnica e econômica para o retorno do homem à Lua, com o objetivo de apoiar o plano de longo prazo de enviar missões tripuladas para Marte. A estratégia, diz a pesquisa, é minerar recursos nos pólos do satélite para a produção de combustíveis. Dessa forma, seria possível reduzir os custos do projeto para enviar astronautas a Marte em US$ 10 bilhões por ano. O projeto atual da Nasa é chegar a Marte na década de 2030.

Segundo o documento, cada voo comercial para a Lua, levando astronautas e equipamentos, custaria em torno de US$ 5 bilhões. O custo total para a instalação da base de exploração lunar seria de aproximadamente US$ 40 bilhões. Utilizando recursos encontrados no satélite, como a água, a estrutura produziria 200 toneladas de combustível por ano, que seria enviado a uma espaçonave estacionada na órbita lunar. O orçamento deste ano da agência é de US$ 18 bilhões. Estimativas anteriores apontavam que uma missão de retorno à Lua custaria cerca de US$ 100 bilhões.

“Uma base lunar permanente operada comercialmente pode substancialmente, senão completamente, se pagar ao exportar combustível para a Nasa enviar humanos para Marte”, diz o relatório.

A busca de parcerias com o setor privado tem sido uma constante nos últimos anos dentro da Nasa. No documento que detalha seu orçamento, a agência destaca “parcerias com a indústria americana para desenvolver novas formas de alcançar o espaço, criando empregos e permitindo que a Nasa foque em novas tecnologias que beneficiem todas as missões”.

Com a aposentadoria dos ônibus espaciais e o encerramento do programa “Space Shuttle”, a Nasa se voltou para parceiros americanos em suas missões no espaço, para reduzir a dependência em relação à Rússia na exploração espacial e manutenção da Estação Espacial Internacional (ISS). No ano passado, foi lançado o programa “Commercial Resupply”, que selecionou a SpaceX e a Orbital ATK como responsáveis pelo envio de provisões para a ISS.

— A Space Frontier Foundation apoia e recomenda as parcerias público-privadas em todos os programas espaciais para reduzir os custos e possibilitar essas missões que eram consideradas inacessíveis — disse Jeff Feige, presidente da Space Frontier Foundation, sobre o estudo da NexGen Space.