30/08/2015 17h09 - Atualizado em 30/08/2015 18h45

Parada Gay colore as ruas do bairro de Madureira, no Rio

Manifestantes celebravam a diversidade e pedem respeito.
Casais apaixonados e fantasias chamaram a atenção do público.

Cristina BoeckelDo G1 Rio

O bairro de Madureira, tradicionalmente conhecido por ser um berço do samba e de grandes escolas de samba como a Portela e o Império Serrano, deu lugar à música eletrônica na tarde deste domingo (30), com mais uma edição da parada do orgulho LGBT na Rua Carvalho de Souza, uma das principais do bairro. Desde cedo, milhares de pessoas se reuniram para celebrar a diversidade sexual e pedir respeito.

A grande diversidade entre os participantes do movimento chamou a atenção de quem circulou pela região.

Carlos Tufvesson, coordenador especial da diversidade sexual da Prefeitura do Rio, afirma que todos os participantes da Parada Gay de Madureira têm um propósito político.

Carlos Tufvesson (Foto: Cristina Boeckel/G1)Carlos Tufvesson (Foto: Cristina Boeckel/G1)

"É importante que se fale aqui de direitos civis. Eu sou da Tijuca, e na Zona Norte tem uma linguagem diferente da de Copacabana. Mas todos estão aqui por um único motivo. Quem está aqui está se posicionando contra os oito anos de aumento de crimes de ódio contra a população LGBT, contra os discursos abertos de ódio contra nós que são proferidos livremente, sem que o Ministério Público se posicione. Estamos aqui para que o nosso direito ao artigo V da Constituição seja respeitado."

Para educar uma nova geração de maneira mais tolerante, Celia Regina Braga veio com as duas filhas e a afilhada de Costa Barros até Madureira. Ela afirma que a presença na manifestação é importante para a educação das meninas.

"Eu estou aqui para mostrar que ela podem crescer sem preconceito, nós somos uma família só".

Juju Maravilha, a mais famosa cover de Carmen Miranda (Foto: Cristina Boeckel/G1)Juju Maravilha, a mais famosa cover de
Carmen Miranda (Foto: Cristina Boeckel/G1)

Leleke Victorino foi acompanhado do amigo Carlos Gihiaiz. Ambos apostaram nos turbantes como ponto alto dos modelos que escolheram cuidadosamente para a ocasião. Ele afirma que a celebração pela diversidade não precisa ser um protesto sisudo. Para ele, a manifestação emana mais felicidade no Subúrbio.

"Eu venho aqui há quatro anos e é melhor que a de Copacabana. Aqui tem mais amor, mais colorido", afirma Leleke.

Negriny Venture comparece ao evento há dez anos. Ela quer que travestis e transexuais sejam vistos com mais tranquilidade e respeito pela sociedade.

"Eu estou aqui para pedir pela reinserção dos travestis e transexuais no mercado de trabalho e na sociedade como um todo".

Integrantes da Harmonia da Portela fizeram questão de ir ao evento.

"É importante estar aqui para marcar presença e apoiar o combate à homofobia" afirmou Eliete Barbosa.

Adriana BomBom, Valesca, Loren e Tufvesson (Foto: Cristina Boeckel/G1)Adriana BomBom, Valesca, Loren e Tufvesson
(Foto: Cristina Boeckel/G1)

Luiz Amora, um dos coordenadores do evento, afirma que o objetivo não é rivalizar com o evento de Copacabana.

"Aqui é a mesma coisa que lá porque é um objetivo único. O objetivo da parada é mostrar que somos todos iguais diante de Deus e da justiça divina", afirma Luiz.

Juju Maravilha, que interpreta Carmen Miranda há 30 anos e já foi considerada "cover oficial" da artista pela irmã da artista, Aurora Miranda, frequenta a Parada Gay de Madureira desde a primeira edição do evento. Considerada um ícone do carnaval Carioca, ela afirma que o evento ajuda a desmistificar a figura do homossexual na sociedade.

"O objetivo é aumentar a visibilidade e mostrar que somos pessoas normais, com uma vida comum. Que não somos somente sexo", afirma ela, que diz que escolheu um de seus figurinos mais luxuosos.

Valesca Popozuda conta que boa parte dos seus fãs é formada por homossexuais e por isso é um ato de cidadania estar no evento.

"Este é o meu oitavo ano como madrinha do evento. É uma honra fazer parte deste movimento que pede igualdade de direitos e é formado por pessoas tão corajosas".

Para Loren Alexander, organizadora do evento e presidente do Movimento de Gays, Travestis e Transformistas (MGTT), é promover a igualdade.

"Para ter grande ação, não podemos atender só uma causa. Este é um evento de família", afirma a organizadora, que estima o público em um milhão de pessoas.

O major Fábio Maranhão, do 9 BPM, afirma que não foram registradas ocorrências graves. E, segundo ele, cerca de 800 mil pessoas compareceram ao evento.

Em 2014, a parada gay de Madureira reuniu um milhão de pessoas, segundo seus organizadores.

Parada gay em Madureira (Foto: Cristina Boeckel/G1)Caroline Vernant vestida de mulher-gato (Foto: Cristina Boeckel/G1)

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