Edição do dia 04/09/2015

04/09/2015 14h19 - Atualizado em 04/09/2015 14h35

Alunos de Goiânia são dispensados mais cedo por falta de merenda

Empresa contratada para fornecer alimento entregou menos do que deveria. Cinco funcionários da Secretaria Municipal de Educação foram afastados.

Honório JacomettoGoiânia

Alunos estão sendo dispensados das escolas municipais de Goiânia mais cedo, porque está faltando merenda escolar. A empresa que ganhou a licitação para fornecer alimento entregou menos do que deveria. Cinco funcionários da Secretaria Municipal de Educação foram afastados.

Imagens feitas em duas escolas da Prefeitura de Goiânia mostram congeladores vazios e prateleiras sem comida. A falta de merenda vem se repetindo há mais de duas semanas.

A operadora de caixa Tainara Lima estava no trabalho, quando recebeu uma ligação e teve que ir para a escola, porque os filhos liberados mais cedo. “Porque não tinha almoço, não tinha o lanche, eu tive que vim buscar eles", conta.

Em junho, a Prefeitura já tinha determinado uma auditoria na compra e distribuição da merenda escolar. Quase 50 itens compõem a merenda escolar de Goiânia, mas a Controladoria Geral do Município analisou especificamente um item: a carne bovina. A auditoria constatou supostas irregularidades na entrega do produto nas escolas.

A empresa que venceu a licitação deveria ter entregue 437 toneladas de carne, mas entregou apenas 373, uma diferença de 64 toneladas. “Aquilo que é adquirido, na verdade, não chega.O que é pago não está chegando nas escolas, por isso que a gente verifica inclusive que está faltando alimentos para as crianças da cidade de Goiânia”, afirma o vereador Elias Vaz.

“Trinta e um mil quilos e quinhentos gramas foram objetos de uma nota fiscal emitida e mercadoria não entregue e que não será paga. Em relação aos 32 mil quilos restantes, o fornecedor está como depositário desta quantidade de carne, porque é produto perecível e nós não temos capacidade de armazenamento desta quantidade de carne", explica Carlos de Freitas, procurador-geral do município.

A Câmara Municipal está analisando agora outros itens da merenda escolar, já que a própria Controladoria destaca no relatório que a Secretaria de Educação não dispõe de controles adequados para a conferência das notas fiscais, o que pode levar a ocorrência de fraude. 

A promotora de vendas Michelii Carvalho tem dois filhos e espera que o problema seja resolvido rapidamente: “É complicado, porque criança precisa de alimento para poder aprender. Cadê a merenda? A gente quer saber, porque nossos filhos estão aí com fome. Eu pago meus impostos e tenho direito, as crianças têm o direito".

 

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