Em reunião extraordinária do Conselho Deliberativo do
Botafogo, na noite da última terça-feira, o Conselho Diretor entregou
formalmente um pedido de expulsão de Maurício Assumpção do quadro de sócios. No
documento há acusações de improbidade administrativa, favorecimento a amigos e
empréstimo sem destino especificado, entre outros.
O documento foi entregue para apreciação da Junta de Julgamento e Recursos, que vai decidir o futuro do Maurício Assumpção no clube.
Em 2010, o ex-presidente Bebeto de Freitas também sofreu processo de exclusão e
chegou a ter, em primeira instância, cassado o título do sócio emérito. Menos
de 20 dias depois, no entanto, acabou absolvido após recurso por maioria de
votos dos conselheiros à época.
Por ser sócio emérito, Bebeto de Freitas teve direito a se defender no Conselho Deliberativo. Mas como Assumpção é sócio proprietário, o procedimento pode ocorrer de forma diferente.
– O estatuto prevê recurso no Conselho Deliberativo somente quando se trata de sócio emérito, benemérito ou em exercício de algum cargo. Em tese, eu diria que o Maurício Assumpção terá a oportunidade de se defender somente na Junta. Mas por se tratar de um caso mais grave, pode ir ao Conselho – explicou Jorge Aurélio Domingues, presidente do Conselho Deliberativo do Botafogo.
Procurado pela reportagem do GloboEsporte.com, Maurício Assumpção afirmou que não vai se pronunciar sobre o assunto.
Em novembro do ano passado veio à tona a notícia que o
Alvinegro buscou um empréstimo de R$ 3 milhões junto a empresários de São Paulo.
A comissão de 10% pela transação foi repassada a um advogado que disse ter ligações com o
ex-gerente de futebol Sidnei Loureiro. Em resposta oficial ao Globoesporte.com, o Botafogo então negou conhecer esse intermediário – apesar de ele constar em contrato como indicado pelo clube.
Não está descartada a possibilidade de o Botafogo levar as
acusações contra Maurício Assumpção à esfera criminal. Mas para isso o clube
pretende aguardar o parecer de uma auditoria externa, que, segundo a diretoria,
ainda não foi contratada por falta de recursos financeiros. Internamente,
comenta-se que o ex-diretor executivo Sérgio Landau e o ex-vice de futebol e
financeiro Chico Fonseca podem ser os próximos a sofrer processos de exclusão
do quadro de sócios.