Falando pela primeira vez publicamente sobre a proposta de orçamento, a presidente Dilma Rousseff não descartou criar outras fontes de receita, ou seja, mais impostos.
Depois de três dias discutindo com o Congresso o rombo nas contas públicas, a presidente Dilma Rousseff falou, na quarta-feira (2), pela primeira vez sobre a proposta de orçamento que prevê déficit de R$ 30 bilhões para o ano que vem. Ela disse que o governo ainda tenta buscar uma saída.
"Nós não fugiremos às nossas responsabilidades de propor a solução do problema. O que nós queremos porque vivemos em um país democrático é construir essa alternativa", declara a presidente Dilma.
Alternativa que, segundo a presidente , pode ser um novo imposto.
"Eu não gosto da CPMF, se você quer saber. Acho que a CPMF tem as suas complicações, mas não estou afastando a necessidade de fontes, de fontes de receita. Não estou. Não estou afastando nenhuma fonte de receita", diz Dilma Rousseff.
A presidente também defendeu o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e negou desgaste na equipe econômica. "O ministro Levy não está desgastado dentro do governo, ele participou conosco de todas as etapas da construção desse orçamento, ele tem o respeito de todos nós", afirma Dilma.
No Congresso, o governo teve uma vitória e conseguiu que o Congresso adiasse a votação dos vetos a projetos como o aumento de salários dos servidores do Judiciário. A sessão foi adiada por falta de quórum, graças a uma manobra de senadores da base aliada, especialmente do PMDB.
O presidente do Senado disse que o Congresso vai ajudar a resolver os problemas no orçamento, mas voltou a cobrar o governo.
"O povo brasileiro já não aguenta mais a elevação da carga e o aumento de imposto e cobra do governo federal uma contrapartida, que é a redução da máquina, o corte de ministérios, a redução de cargos em comissão. Eu acho que esse é o primeiro passo que tem que ser dado", declara Renan Calheiros, presidente do Senado.