Luciano tem nesta
quarta-feira a chance que tanto esperou em 2015. Reserva pouco utilizado por
Tite, o jogador será titular contra o Guaraní, a partir das 19h45 (de
Brasília), no Paraguai, pelas oitavas de final da Taça Libertadores. Se dentro
de campo o jogador não possui muito prestígio com o treinador, fora dele também está
em baixa por algumas atitudes.
Jogadores e integrantes da comissão técnica acreditam que o bom rendimento no
passado subiu à cabeça. Com apenas 21 anos e pouco tempo depois de ter sido
contratado do Avaí, Luciano foi vice-artilheiro do Corinthians em 2014, com 15
gols, apenas um abaixo de Paolo Guerrero. Na análise do clube, teria se
deslumbrado com o sucesso repentino vestindo uma das camisas mais importantes
do futebol brasileiro.
O jeito marrento rendeu brincadeiras e, claro, apelidos na convivência com o elenco nesta temporada.
Luciano tentava imitar o estilo de sua grande inspiração, Cristiano Ronaldo, o CR7 do Real Madrid. No
entanto, virou outro “CR”, o Caça-Rato, em alusão a Flávio Caça-Rato, atacante
que fez sucesso no Santa Cruz e hoje defende o Remo.
O relacionamento
com o restante do elenco é apenas razoável. Não há isolamento, mas também não existe grande aproximação. O atacante
participa das brincadeiras e em muitas vezes é vítimas delas, sempre que comete
algum deslize por “se achar demais”. Alguns companheiros chegaram a aconselhá-lo a mudar de postura.
Segundo sua assessoria de imprensa, Luciano vem se tornando mais próximo de alguns jogadores do elenco. Na semana passada, ele e outros companheiros foram visitar a filha do goleiro Walter, recém-nascida.
No ano passado, o nome de Luciano surgiu em uma polêmica com Cássio. Após a derrota por 4 a 1 para o
Atlético-MG, no Mineirão, pela Copa do Brasil, o goleiro teria tentando agredir
o atacante nos vestiários. Segundo relatos, o camisa 12 se revoltou com a postura
do companheiro no gramado, pouco se empenhando para ajudar a equipe, que acabou eliminada. Ninguém no
clube, porém, confirma o entrevero.
Dirigentes também
não gostaram do comportamento de Luciano no início deste ano, após Tite montar
a equipe e deixá-lo na reserva. Irritado, o jogador disse nos vestiários que,
se não fosse aproveitado, iria para o Flamengo. O empresário dele também
reclamou pelo jogador estar no banco, mas tanto Timão quanto o clube do Rio
de Janeiro descartaram qualquer oferta.
Reclamar não
adiantou muito. Das 25 partidas oficiais
do Corinthians em 2015, Luciano atuou em apenas dez e fez apenas um gol. Pior
que isso: hoje, está abaixo do colombiano Mendoza, contratado no início do ano,
e trava uma disputa interna por espaço no grupo com o garoto Malcom. O
paraguaio Romero é o último na lista de opções de Tite para o ataque.
Luciano tem 90
minutos nesta quarta-feira para convencer o treinador de que pode jogar mais e,
quem sabe, recuperar o prestígio que teve com Mano Menezes no ano passado.
Precisa de uma noite de Cristiano Ronaldo para não continuar como
Caça-Rato.