20/04/2015 20h15 - Atualizado em 20/04/2015 21h29

PF diz ao Supremo que não localizou testemunha que citou Anastasia

Jayme Alves de Oliveira Filho disse que entregou propina ao senador tucano.
Polícia Federal precisa tomar novo depoimento para confirmar acusações.

Mariana OliveiraDa TV Globo, em Brasília

GNEWS_Anastasia (Foto: GloboNews)Anastasia é um dos políticos investigados pela
Operação Lava Jato. (Foto: GloboNews)

A Polícia Federal (PF) informou nesta segunda-feira (20) ao relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Teori Zavascki, que não conseguiu avançar na investigação do suposto envolvimento do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) no esquema de corrupção porque teve dificuldades de localizar a única testemunha que mencionou o nome do ex-governador mineiro, o policial federal afastado Jayme Alves de Oliveira Filho, o "Careca".

Um dos réus da Operação Lava Jato, Careca chegou a ser preso, mas o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela ação penal na primeira instância, autorizou que ele respondesse ao processo em liberdade. O policial federal, entretanto, foi afastado da corporação e teve que entregar seu passaporte às autoridades. Ele também foi proibido de mudar de endereço.

O inquérito que investiga Anastasia foi aberto a pedido da Procuradoria Geral da República porque, em depoimento à Justiça Federal do Paraná, Careca afirmou ter entregue R$ 1 milhão a Anastasia por ordem do doleiro Alberto Youssef. O tucano nega as acusações. A PF já soliticou mais 30 dias para tentar localizar o policial federal afastado que pode confirmar a denúncia.

 

A nova oitiva de Careca também é essencial para esclarecer a suposta participação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com os desvios de dinheiro da Petrobras. O inquérito aberto no Supremo contra o peemedebista se baseia em relato de Careca de que ele entregou propina a Cunha no Rio de Janeiro.

No caso de Anastasia, a PF afirmou ao STF nesta segunda que, "após diversas tentativas", não conseguiu ouvir novamente o agente federal para que ele confirme as denúncias. O documento, assinado pelo delegado Thiago Delabary, ressalta que a investigação contra o senador tucano só pode prosseguir depois que a corporação ouvir novamente Careca.

"O resultado dessa inquirição determinará os rumos da investigação, à medida que, permitirá ou não, vislumbrar-se alguma linha investigativa plausível, ensejando, assim, a relação de novas diligências para a coleta de elementos informativos", diz o ofício da PF que solicitou mais 30 dias para tentar ouvir Jayme.

O relator do processo negou a prorrogação do prazo em razão de um recurso apresentado pela defesa de Anastasia que será julgado pela Segunda Turma do STF. A defesa do senador mineiro contestou o inquérito aberto e pediu o arquivamento das investigações com o argumento de que não há indícios contra ele. Antes de decidir, Zavascki pediu a opinião do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sobre o caso, e autorizou que a PF continue procurando a testemunha para depor.

Raupp
A Polícia Federal também entregou ao Supremo nesta segunda-feira documentos do inquérito aberto para apurar o suposto envolvimento do senador Valdir Raupp (RO), vice-presidente nacional do PMDB com a Lava Jato.

No material enviado à Supremo Corte, não foi anexado nenhuma informação nova. Somente as delações premiadas que já eram públicas e documentos da investigação no Paraná.

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