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Oposição desiste de pedir impeachment de Dilma

Oposição desiste de pedir impeachment de Dilma

Liderados pelo PSDB, partidos agora pedirão investigação sobre 'pedaladas' da petista: manobras fiscais com uso de bancos oficiais

REDAÇÃO ÉPOCA
21/05/2015 - 15h27 - Atualizado 21/05/2015 15h27
O presidente do PSDB senador, Aécio Neves, durante reunião da Executiva Nacional do PSDB, na semana passada, para anunciar uma posição oficial do partido em relação às manifestações do dia 15 de março (Foto: Givaldo Barbosa / Ag. O Globo)

Partidos de oposição desistiram do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, informou nesta quinta-feira (21) o jornal Folha de S. Paulo. O primeiro a mudar de ideia foi o PSDB, após receber parecer sobre a viabilidade jurídica que afirma não haver elementos suficientes neste momento para o pedido. Outros partidos acompanharam os tucanos e decidiram, em reunião no gabinete do senador Aécio Neves (PSDB-MG), pedir à Procuradoria-Geral da República abertura de investigação contra a presidente por manobras fiscais com uso de bancos oficiais.

Oposicionistas argumentam que não houve recuo, visto que a investigação sobre “pedaladas” de Dilma, como é chamado este tipo de crime, pode levar ao impeachment. Mas o processo será bem mais longo. O pedido primeiro precisa ser aceito pela PGR, e Rodrigo Janot, procurador-geral da República, já disse publicamente em outras ocasiões que não há como a petista ser processada agora por eventuais crimes cometidos na gestão passada. Depois, precisa passar pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Se aceito pelos dois órgãos, ainda tem de conseguir 342 votos no plenário da Câmara dos Deputados, entre 513, para só então Dilma ser afastada por 180 dias até que o Senado conclua as investigações.

“Não daremos folga”, disse Aécio, segundo a Folha. “A população está querendo partir para cima do PT. Somos apenas instrumento”. Apesar de ter encomendado o estudo sobre a viabilidade jurídica para um pedido de impeachment, o PSDB não fala nele publicamente, mesmo com pressão interna de alguns parlamentares. “O parecer não fala em impeachment porque nós mesmos nunca falamos em impeachment”, afirmou Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).

O recuo de partidos de oposição enfureceu grupos políticos que estiveram à frente das manifestações contra a presidente neste ano. O Movimento Brasil Livre, ainda de acordo com a Folha, disse que o PSDB “traiu os mais de 50 milhões de votos adquiridos na última eleição dos brasileiros que apostaram nessa falsa oposição”. O Revoltados Online, outro grupo, afirmou que a decisão de não bancar o impeachment da petista torna o PSDB “farinha do mesmo saco”.

RCN








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