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Número 1 no ataque, Gabi comemora amadurecimento e sonha com 3º título

Ponteira de 20 anos diz que aprendeu a lidar melhor com a ansiedade em sua terceira temporada no Rio de Janeiro e quer troféu da Superliga para Fofão

Por Rio de Janeiro

As noites sem dormir são lembradas até hoje. Quatro dias que pareciam não ter fim. Às vésperas de disputar sua primeira final de Superliga, Gabi foi tomada pela ansiedade. Ganhou a condição de titular por conta de uma lesão de Logan Tom e queria substitui-la à altura. Tremeu antes do início do jogo, mas foi um dos pilares na virada contra o Osasco. No ano seguinte, viu a responsabilidade aumentar. Chorou em segredo algumas vezes e sentiu a dor do crescimento, como diz Bernardinho. Campeã pela segunda vez, ao bater o Sesi-SP, queria seguir perseguindo a jogadora que pretende ser. Ganhou o topo das estatísticas e ainda se surpreende com a velocidade com que isso aconteceu. Aos 20 anos, é a atacante mais eficiente da competição e espera dar continuidade a uma escrita em seu terceiro ano defendendo o Rio de Janeiro. E deixa claro que se esforçará ao máximo para poder corresponder às expectativas de Bernardinho e conquistar o título por ela e por Fofão. A decisão será neste domingo, às 10h, contra o Osasco, na Arena da Barra.  A TV Globo e o SporTV transmitem. O GloboEsporte.com acompanha em Tempo Real, com vídeos.

Gabi Rio de Janeiro vôlei (Foto: Alexandre Arruda/CBV )Gabi durante treino do Rio de Janeiro na Arena da Barra (Foto: Alexandre Arruda/CBV )


- Acho que agora lido melhor com a ansiedade. Lembro que na primeira temporada eu não conseguia fazer nada direito dias antes da final. Ela foi de adaptação. A segunda foi mais difícil e a atual está sendo maravilhosa. Brinquei com o Bernardo: "É bom que me contrate por muitos anos porque estou dando sorte". Tenho conseguido uma história bacana no time, estou criando uma identidade. Bernardo me cobra amadurecimento e fala que se eu souber lidar bem com pressão, o resultado vem com facilidade. Sei o que ele quer de mim. Bernardo está me ajudando no meu sonho de jogar 2016 e me passa bastante confiança. Mas ainda tenho que melhorar muito e crescer. Na verdade, não esperava por isso (ser a melhor atacante). Tudo tem sido muito rápido na minha vida. Acho que as coisas foram acontecendo, e voltar a jogar ao lado da Natália e também com Fofão me ajudou também. Este momento de aposentadoria dela tem sido especial. Quero muito o título para ela e para mim - disse.

Gabi não esconde a gratidão pelo técnico e pela experiente levantadora. Só de pensar que atuará pela última vez numa Superliga ao lado da campeã olímpica, já é o suficiente para ficar emocionada. Foram as palavras e os olhares de Fofão que sempre a acalmaram. Foi o exemplo dela, dentro e fora de quadra, que sempre falou mais alto. 

gabi e fofão rio de janeiro vôlei (Foto: Divulgação)Gabi comemora ponto com Fofão (Foto: Divulgação)

- Ela é uma pessoa maravilhosa. Vai ser uma honra e um prazer participar deste momento com ela. A partir do momento que assumi o lugar da Logan, ela me tranquilizou. Sempre me colocou em situações mais tranquilas. Sempre me diz que confia em mim. Acho que acabei crescendo com o jeito tranquilo dela. E acho que vou guardar dela este jeito tranquilo de errar e não deixar transparecer. Seguir para o outro ponto. A gente se dá muito bem e é bom jogar com quem você tem confiança. Vamos fazer várias homenagens, surpresas. Vai ser uma saudade bacana. Estou fazendo vídeos e fotos para guardar.

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Dela e da equipe toda. Sempre que pode, Gabi reúne o grupo para selfies. Diz que os sorrisos dos cliques retratam aquilo que tem sido a marca do Rio de Janeiro e que foi fundamental para a campanha de 24 vitórias e apenas uma derrota.

- Nosso grande diferencial é a união. Nem sempre tivemos o melhor time no papel e, em vários momentos, isso fez a diferença. A gente tem uma relação muito boa, o que deixa o trabalho mais gostoso, prazeroso e nos diferencia nos momentos ruins. Vamos ter um jogo dificílimo porque o Osasco está numa crescente na reta final. Elas melhoraram muito e é um grupo com garra e raça. Adenízia e Thaísa estão num momento excelente, a cubana (Caraces) pode ser o diferencial, a Dani está bem também. É um clássico. Então, acho que o que vai contar mais é o coração, quem entrar com mais vontade.

Gabi Rio de Janeiro vôlei (Foto: Reprodução / Instagram)Gabi e mais uma selfie de sua coleção (Foto: Reprodução / Instagram)



A de Gabi que já era grande parece ter ganhado uma dose extra logo no primeiro treino na Arena da Barra. Ver o Parque Olímpico tomar forma a poucos metros dali deixou a ponteira ainda mais motivada.

- Aquilo mexe com a gente. Assim que chegamos, vi aquelas obras sendo feitas e imaginei tudo pronto, a torcida gritando, o Hino Nacional. Está passando um filme de como pode ser. Fico arrepiada só de falar. Filmei. O tempo está passando muito rápido e tenho que correr atrás. Não estou no início, mas não ainda onde quero chegar. Estou no meio termo dos meus sonhos e objetivos. Quero me firmar na seleção, quero ser mais consistente, sacar melhor. Meu maior sonho é disputar as Olimpíadas. Já pensou se vier o tricampeonato no Maracanãzinho?