Política

Coronel Brilhante Ustra é internado em UTI do Hospital das Forças Armadas

Militar reformado teve mal-estar em casa. Ele foi citado pela Comissão da Verdade como responsável por torturas e mortes

Coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, durante depoimento à Comissão da Verdade em 2015
Foto: Ailton de Freitas / Arquivio/O Globo
Coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, durante depoimento à Comissão da Verdade em 2015 Foto: Ailton de Freitas / Arquivio/O Globo

BRASÍLIA - O coronel reformado do exército Carlos Alberto Brilhante Ustra foi internado na UTI do Hospital das Forças Armadas (HFA) depois de se sentir mal em casa. Segundo o advogado de Ustra, Paulo Esteves, o militar teve uma suspeita de infarto na noite dessa quinta-feira. Ainda não há previsão de quando ele deve receber alta.

O coronel é um dos citados no relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV), que investigou casos de violação de direitos humanos durante a ditadura militar no país (1964 - 1985). Em São Paulo (SP), Ustra foi comandante do DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Internas) de 1970 a 1974, para onde eram encaminhados os presos políticos que se manifestavam contra o regime militar que estava em vigor. Nesse período, de acordo com a Comissão, houve pelo menos 45 mortes e desaparecimentos forçados no local. Em depoimento à CNV, o militar alegou que elas ocorreram do lado de fora do DOI-Codi.

Na última quinta-feira, antes da internação de Ustra, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber decidiu suspender por meio de liminar a videoconferência que estava marcada com o coronel para esta sexta. Ele iria depor sobre um caso de desaparecido político na ditadura.