Cultura Livros

De Virginia Woolf a Guimarães Rosa, autores da Flip elegem seus livros de cabeceira

Mesa 21 encerrou o último dia da festa em Paraty
Escritores que fizeram parte da FLIP na mesa de encerramento do evento Foto: Gustavo Stephan / Agência O Globo
Escritores que fizeram parte da FLIP na mesa de encerramento do evento Foto: Gustavo Stephan / Agência O Globo

PARATY — Virginia Woolf, James Joyce, Gustave Flaubert, Mário de Andrade, Noêmia de Souza, George Lamming, Samuel Beckett e Guimarães Rosa estiveram no último encontro da Festa Literária Internacional de Paraty. Eles foram escolhidos pelos oito convidados da mesa “Livro de cabeceira”, que pede que autores leiam trechos de seus livros preferidos.

Ayelet Waldman foi a primeira. Escolheu “Um teto todo seu”, de Woolf. Colm Tóibín foi de “Dublinenses”, do conterrâneo James Joyce. Já o argentino Diego Vecchio, radicado na França, leu um trecho de “Um coração simples”, de Flaubert.

O brasileiro Carlos Augusto Calil se emocionou ao ler “O poeta come amendoim”, poema do livro “Clã do jabuti”, publicado em 1924 por Mário de Andrade. Marcelino Freire homenageou a moçambicana Noêmia de Souza e declamou “Súplica”, do livro “Sangue negro”.
O africano Ngugi wa Thiong’o falou sobre a escravidão antes de ler trecho de “No castelo da minha pele”, do escritor de Barbados George Lamming. Ele disse que é preciso recordar o passado incômodo que está por trás de lugares como Paraty.

— Como africano, tenho que olhar para Paraty com uma consciência diferente. A cidade foi erguida com a história do sangue do povo negro. É muito fácil se esquecer da história, e escolhi ler essa passagem por isso.

Matilde Campilho leu trechos de “Textos para nada”, de Samuel Beckett. Fã confesso de Guimarães Rosa, o australiano Richard Flanagan leu os parágrafos finais de “A terceira margem do rio”, do livro “Primeiras estórias”. No fim, foi exibido o vídeo em que Roberto Saviano diz que deseja vir à Flip nos próximos anos .