BRASÍLIA — Terminou em tumulto a audiência pública sobre a redução da maioridade penal, promovida pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara nesta terça-feira. O deputado Laerte Bessa (PR-DF), delegado da Polícia Civil, se irritou ao ter a fala interrompida por estudantes e integrantes de movimentos sociais contrários à mudança na Constituição, que lotaram o plenário onde ocorria a audiência sob gritos de “Não à redução! Não à redução!”
Em meio a manifestações difusas de parlamentares para que os presentes fossem retirados, o deputado Alessandro Molon (PT-RJ) pediu a palavra para defender a permanência deles. Foi quando Bessa se irritou, gritou com Molon, dando início a mais confusão. A reunião foi marcada por tensão devido às ideias divergentes em torno do tema — com berros dos manifestantes, de um lado; e respostas no mesmo tom dos parlamentares, de outro.
Como já tinha avisado que não toleraria mais bate-boca de parlamentares, o deputado Artur Lira (PP-AL) resolveu finalizar a reunião. Nesse momento, um novo tumulto foi criado entre os manifestantes, que chamavam os parlamentares da bancada da bala de “ladrão”, “palhaço”, entre outras ofensas. Os deputados Éder Mauro (PSD-PA) e Waldir (PSDB-GO), ambos delegados, foram amparados por um policial legislativo para deixar o plenário. Com dedo em riste, respondiam às provocações do manifestantes.
— Eu quero bandido na cadeia — gritava o deputado Éder Mauro.
A Polícia Legislativa quase prendeu um manifestante mais exaltado, mas depois voltou atrás, sob a condição de que ele deixasse o plenário da CCJ. Minutos depois, já recomposto, Molon, que é contrário à redução da maioridade, criticou a atitude dos parlamentares que pediam a retirada dos manifestantes da audiência.
— Eles estão querendo ganhar no grito. E, no grito, eles não vão ganhar. Os manifestantes são representantes da sociedade que estão aí para opinar — afirmou Molon.