A rede não foi a melhor amiga de Romarinho nestes quase seis anos como jogador profissional. O atacante se acostumou mais a preparar as jogadas para os companheiros do que a fazer gols. Em 2012, marcou 14 vezes em sua temporada de estreia pelo Corinthians. Na ocasião, disputou 59 partidas divididas entre o Timão e o Bragantino, que defendeu no Campeonato Paulista, e teve média de 0,24 gol. Foi a sua melhor marca (veja os números abaixo).
Desde que deixou o clube paulista em setembro do ano passado, Romarinho iniciou uma fase mais próspera em relação aos gols no Catar. Na temporada 2014/2015, pelo El Jaish, igualou os números de 2012. No domingo, ao fazer o seu no 3 a 0 contra o Al Gharrafa, chegou a 14 novamente, agora em 22 jogos disputados (média de 0,63). E cabe mais: ele disputará mais duas partidas pela Liga do Catar até encerrar a temporada. É a chance de bater o recorde.
Questionado sobre o nível do futebol local, ele disse, por telefone:
- Tem que ter paciência com eles (jogadores). O lateral às vezes vai no fundo e cruza por trás do gol. O nível aqui é baixo. Aqui você treina só uma vez por dia, e eu faço academia e treino à parte para estar bem e acima dos caras. Se se acomodar, você fica igual a eles. Aqui, se você não tiver um meia num time bom, você tem que fazer tudo sozinho. Eu sou o terceiro artilheiro do campeonato, com 13 gols, estou me virando. Mas meu time é bom, não é ruim não.
Na artilharia da Liga do Catar, Romarinho está atrás apenas de Alain Kaluyituka, do Congo, e Hamdi Harbaoui, da Tunísia. Dificilmente ele passará os concorrentes, que têm 23 e 19 gols, respectivamente. Além dos 13 que fez no campeonato nacional, marcou um contra o Al Nadha, de Omã, pela Liga dos Campeões da Ásia. Crítico ao nível do futebol que tem disputado, o atacante evita reclamar com os companheiros.
- Acho que Deus me colocou aqui também para isso, para testar minha paciência. Não tem como reclamar. Se reclamar, eles viram a cara para você. Não aceitam. Se errar, é melhor falar: “Beleza, na próxima você acerta”.
Futebol à parte, a mãe, a irmã e a esposa ajudam Romarinho a superar a distância do Brasil. Com três anos de contrato com o El Jaish, ele pretende cumprir mais um e rumar para a Europa. Ciente que ficou escondido no Catar, o atacante fala sobre o futuro.
- Estou feliz. Amanhã a gente não sabe como vai ser, mas estou aproveitando o máximo. Sabe que contrato, no futebol, não segura ninguém. Se você não está bem, eles procuram outro. Mas a minha vontade é ficar mais um ano e ir para a Europa. Tenho diálogo com o treinador (o francês Sabri Lamouchi), é um cara bem bacana. Ele fala que tenho que ficar pouco tempo aqui, e meu pensamento é esse, ficar um ano e procurar um clube na Europa.