As imagens do árbitro Gabriel Murta estão correndo o mundo pela
internet (veja no vídeo acima). Em uma partida de futebol amador em Brumadinho, na Região
Metropolitana de Belo Horizonte, ele sacou uma arma após ser agredido por um
jogador. O árbitro é soldado da Polícia Militar de Minas Gerais, e a corporação informou, por meio da sua assessoria de comunicação, que está apurando os fatos, mas que Gabriel não apontou a arma para alguém ou efetuou disparos (confira a íntegra da nota no final da matéria). O diretor de árbitros da Federação Mineira de Futebol, Giuliano
Bozzano, saiu em defesa do juiz, alegando que
ele tomou a atitude para se proteger.
- Ele agiu em legítima defesa. Todos sabem da dificuldade
dos campeonatos amadores. Pelos árbitros já terem passado por situações difíceis.
Já tivemos diversos casos de árbitros agredidos e até baleados.
Gabriel Murta deu
sua versão sobre a situação ocorrida na partida entre Amantes da Bola e
Brumadinho. O árbitro disse que foi agredido em campo e foi até o vestiário buscar
a arma de fogo para apartar a situação e dar voz de prisão ao jogador.
- Eu tomei um tapa no rosto e um chute na canela. Fui pressionado
por vários jogadores e busquei a arma no vestiário para dar voz de prisão ao
jogador. Só que ele correu, pulou o alambrado e fugiu. Eu só quis me defender e
tomar uma providência como policial. Fui agredido como cidadão, ele cometeu um
crime.
O policial militar relata que já teve outros casos de agressão
no futebol amador, mas que não deixa o ofício por paixão.
- Me sinto muito inseguro. Foi a terceira ou quarta vez que eu fui
agredido, infelizmente.
Sem punição
Giuliano Bozzano disse que Gabriel Murta não será punido
pela Federação Mineira. O dirigente explicou que os árbitros recebem
semanalmente uma orientação de uma psicóloga e, neste caso especifico, a
especialista concluiu que o ato não foi desmedido.
- O acompanhamento psicológico na Federação Mineira é
continuo. Temos contrato com uma psicóloga que acompanha os árbitros semanalmente.
Podem pensar, num primeiro momento, como tomamos a decisão de não puni-lo tão rapidamente. Mas nós, e a psicóloga, achamos que ele não agiu de
forma desproporcional diante da circunstância.
O diretor da comissão de arbitragem não acredita que a ação
pode incentivar a violência no futebol amador.
- Não deve (incentivar a violência) porque o Murta é um
policial militar que tem a prerrogativa da arma e tem treinamento para isso. Os
outros árbitros que não são policiais, não têm direito de portar arma de fogo. O Brasil vive uma crise de
desrespeito às autoridades. Eu acho que isso fica mais acentuado com esse episódio.
A Federação Mineira de Futebol não escala, apenas indica os
árbitros para as competições de futebol amador no estado. No entanto, Gabriel
Murta está prestigiado no quadro de juízes de Minas Gerais e deve ser indicado
ao quadro da CBF no final da temporada.
Confira a nota da Polícia Militar:
Em resposta ao contato via e-mail enviado à sala de imprensa da
Polícia Militar de Minas Gerais, referente ao caso envolvendo o Gabriel
Murta, temos a relatar:
1)
O Gabriel Murta é funcionário público, servidor do Estado de Minas
Gerais, atualmente com o posto de Soldado PM. O Gabriel é, também,
árbitro do quadro da Federação Mineira de Futebol - FMF.
2) Como policial militar, ele possui porte especial de arma de fogo.
3)
Na ocasião do ocorrido no estádio de futebol, o árbitro Gabriel Murta
foi agredido, e, ao se sentir ameaçado, portou uma arma de fogo.
Preliminarmente, em momento algum apontou a arma para alguém ou sequer
efetuou disparo de arma de fogo.
A
Subcorregedoria da Primeira Companhia Independente está apurando os
fatos. O Sd PM Gabriel Murta continua trabalhando na função de soldado
da PMMG e continua trabalhando como árbitro de futebol da FMF
normalmente.