30/07/2015 08h00 - Atualizado em 30/07/2015 08h00

População economiza água e afasta risco de racionamento em Batatais

Consumo reduziu 30% e reservatórios da cidade têm níveis satisfatórios.
Troca de hidrômetros e novo poço artesiano contribuíram, diz Prefeitura.

Do G1 Ribeirão e Franca

Os moradores de Batatais (SP) não têm mais hora determinada para tomar banho ou lavar louça. O racionamento, que por seis meses dificultou a rotina da cidade de 60 mil habitantes, foi suspenso após o nível da represa da Cachoeira, que abastece metade dos imóveis, estabilizar.

Embora a água tenha voltado às torneiras, os hábitos de desperdício ficaram para trás. “Eu tenho problema respiratório e tenho que jogar água na calçada por causa da poeira. Mas, a água que a gente joga é a da máquina de lavar roupa”, contou a aposentada Dorvanira Remundini.

A mudança de comportamento da população e algumas obras públicas foram cruciais para afastar o risco de um novo racionamento. Em 2014, a falta d'água foi considerada crítica pela administração municipal, uma vez que nem o racionamento por seis horas diárias durante mais de três meses fez os reservatórios encherem.

Na época, o nível da represa do Parque Náutico, um dos cartões-postais da cidade e também responsável pelo abastecimento de parte dos moradores, diminuiu 40 centímetros, chegando a apenas 20% da capacidade total.

“A gente gastava água, deixava a torneira aberta. Mas, com a seca, a gente aprendeu a economizar, porque achávamos que ficaríamos sem água para beber. Hoje, é difícil faltar”, disse a dona de casa Maria Dourado, outra entusiasta do "movimento" contra o desperdício.

Dados da Prefeitura apontam que uma família de até quatro pessoas está utilizando, em média, seis mil litros de água a menos por mês. Em toda a cidade, o consumo diminuiu em 30%. “Abre [a torneira] um pouquinho, ensaboa e fecha para não desperdiçar. O que não pode é ficar sem água”, afirmou Dorvanira.

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A aposentada aprendeu a realizar as tarefas do dia a dia consumindo menos água (Foto: Márcio Meirelles/EPTV)Dorvanira diz que aprendeu a fazer as tarefas domésticas usando menos água (Foto: Márcio Meirelles/EPTV)

Mudanças
O diretor municipal de Planejamento, Tadeu Soares Cabete, explicou que a conscientização da população foi apenas uma das três mudanças focadas pela administração no último ano. O governo também investiu na substituição de quase todos os hidrômetros das casas e instalou o dispositivo em cerca de 5 mil imóveis que captavam água clandestinamente.

Além disso, um novo poço artesiano foi perfurado e capta 140 mil litros de água por hora. “Não é para fazer a farra da água e hoje existe essa consciência”, disse Cabete, destacando que, atualmente, o nível do reservatório da Cachoeira estabilizou.

“Estamos com essa represa produzindo menos do que estaria produzindo em um período de cheia há quatro, cinco anos. Mas, essa noite, nós praticamente não usamos a água da represa”, complementou.

Segundo diretor de planejamento, represa voltou a encher, mas ainda não atingiu capacidade máxima (Foto: Márcio Meirelles/EPTV)Diretor de Planejamento de Batatais diz que represa não atingiu capacidade máxima, mas nível é satisfatório (Foto: Márcio Meirelles/EPTV)
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