Nos últimos dez anos, se houve alguém que bateu na trave e teve de se contentar com o vice-campeonato na Copa Davis, essa pessoa é David Nalbandian. Com a Argentina, o ex-número 3 do mundo chegou às finais em 2006, em 2008 e em 2011, mas perdeu todas - a primeira para a Rússia, em Moscou, e as duas últimas para a Espanha, em Mar del Plata e em Sevilla. O ex-tenista, que se dedica ao rali profissional desde que se aposentou em outubro de 2013, verá, a partir desta sexta-feira, às 11h (de Brasília), a equipe argentina iniciar uma nova tentativa para alcançar a final do Grupo Mundial, disputando as oitavas de final contra o Brasil. E mesmo com o confronto sendo realizado em Buenos Aires, ele não acredita que há um favorito para ganhar a série.
- Claro que gostaria de ter ganhado a Copa Davis. Quanto a agora, creio que vai ser uma série muito apertada. Os cinco pontos
podem ser ganhos por qualquer um. Não vejo uma equipe mais favorita que a
outra - comentou Nalbandian, por e-mail.
Das três finais perdidas na Copa Davis, a que o ex-tenista mais chegou perto de ganhar foi em 2006. Nalbandian foi responsável pelos dois pontos da Argentina contra a Rússia, superando Marat Safin (triplo 6/4) e Nikolay Davydenko (6/2, 6/2, 4/6 e 6/4) no carpete. Contra os espanhóis sem Rafael Nadal em Mar del Plata - e já tendo Juan Martín del Potro como companheiro de equipe -, em 2008, em quadra dura, Nalbandian até superou David Ferrer por 6/3, 6/2 e 6/3. Porém, os argentinos tomaram a virada quando Del Potro perdeu em cinco sets para Feliciano López e depois Nalbandian e Agustin Calleri perderam para López e Fernando Verdasco nas duplas. Por motivos internos, Nalbandian não jogou o restante da série e viu o país ficar sem o troféu em casa. Três anos depois, no saibro, na casa dos espanhóis e com Nadal em ação, Nalbandian atuou somente nas duplas e somou o único ponto argentino, ao lado de Eduardo Schwank, dando o troco em López e Verdasco, mas não sendo o suficiente para dar o título ao país sul-americano.
Nesta semana, Nalbandian não entrará em quadra para um confronto que não pôde vivenciar na carreira. Brasil e Argentina não se enfrentam pela Copa Davis desde 1980. Os
argentinos levaram a melhor em cinco confrontos, e os brasileiros, em
apenas dois. A série deste temporada será aberta nesta sexta-feira, às 11h, com o confronto entre Carlos Berlocq e João "Feijão" Souza. Em seguida, Thomaz Bellucci encara Leonardo Mayer. No sábado, às 13h, Marcelo Melo e Bruno Soares devem encarar Federico Delbonis e Diego Schwartzman, mas há expectativa por uma troca de dupla por parte dos argentinos. No domingo, às 11h, os confrontos de simples se invertem, com Feijão x Mayer e Bellucci x Berlocq.
O país vencedor pega nas quartas de final, em julho, o ganhador da
série entre Sérvia e Croácia. Quem perder terá de disputar a repescagem
em setembro para tentar se manter na elite.
O SporTV.com acompanha a série entre Brasil e Argentina em Tempo Real. O SporTV transmite as partidas ao vivo pelo SporTV2. E assinantes do Canal Campeão também podem seguir pelo SporTV Play na internet.
vitória sobre federer, chute no juiz e rali
Ao longo de seus 13 anos de carreira profissional, Nalbandian viveu
períodos de glórias no tênis. Como em 2005, quando, na antiga Masters Cup (atual ATP Finals),
derrotou Roger Federer, então número 1 do mundo, em uma virada incrível
na decisão por 3 sets a 2, parciais de 6/7(4), 6/7(11), 6/2, 6/1 e
7/6(3). Três meses depois, o argentino chegaria ao 3º lugar no ranking,
sua melhor colocação na carreira. No entanto, já em 2012, um ano antes
de anunciar sua aposentadoria, o "Rei David" viveu seus dias de "bobo"
quando foi desclassificado na final do ATP de Queen's, contra o croata Marin Cilic, por ferir um árbitro de
linha após um chute numa placa de publicidade, o que lhe rendeu uma multa de US$ 12 mil e a perda do dinheiro e dos pontos a que teria direito (como vice-campeão, receberia € 44.945 e 150 pontos). O tenista lembrou os
momentos com sentimentos opostos.
- São dois momentos totalmente distintos. O Masters foi uma
alegria incrível pelo que significa esse torneio. O outro, um total
desapontamento por ter tido uma reação de momento em que nunca quis machucar
ninguém. Nem me dei conta que havia um árbitro de linha ali - disse o argentino, que conquistou 11 títulos na carreira.
Aposentado há pouco mais de um ano do tênis, Nalbandian não deixou de praticar esportes. Agora se aventura no rali argentino com um carro, no qual debutou no ano passado e terminou a temporada na quarta posição geral, apesar de não ter vencido provas. No último final de semana, em San Luis, participou da primeira etapa da atual temporada e precisou abandonar por conta de problemas mecânicos. Se tomou a decisão de correr no rali argentino por diversão, agora ele trata a competição com bem mais seriedade, assim como outros assuntos fora do mundo do tênis.
- Não trato o rali como hobby. É um esporte que sempre gostei,
desde pequeno. E hoje também estou por trás de todas as minhas coisas do dia a dia, os
investimentos, projetos, minha fundação, e, claro, aproveitando mais a minha
família - afirmou Nalbandian, que garantiu não pensar ainda em disputar o rali Dakar, o campeonato mais importante da modalidade.
argentina x brasil: programação
Sexta-feira
11h - Carlos Berlocq (ARG) x Feijão (BRA) - transmissão do SporTV 2
Em seguida - Leonardo Mayer (ARG) x Thomaz Bellucci (BRA) - transmissão do SporTV 2
Sábado
13h - Federico Delbonis/Diego Schwartzman (ARG) x Marcelo Melo/Bruno Soares (BRA) - transmissão do SporTV 2
Domingo (se necessário)
11h - Leonardo Mayer (ARG) x Feijão (BRA) - transmissão do SporTV 2
Em seguida - Carlos Berlocq (ARG) x Thomaz Bellucci (BRA) - transmissão do SporTV 2