13/08/2015 08h49 - Atualizado em 13/08/2015 08h55

Em PE, noivas denunciam à polícia fotógrafo que não entregou álbuns

Fotógrafo afirmou, por telefone, que serviço será entregue.
Procon-PE orienta consumidor a não pagar antecipadamente.

Do G1 PE

Três mulheres que contrataram o mesmo fotógrafo para fazer o álbum de casamento se reuniram e foram até a polícia, na tarde da quarta-feira (12), no Recife. Elas pagaram antecipadamente pelo serviço de Kléber Nunes, mas até agora não viram o resultado do trabalho. As noivas acreditam ser vítimas de estelionato e denunciaram o caso à polícia. Por telefone, o fotógrafo, procurado pela reportagem do Bom Dia Pernambuco desta quinta-feira (13), afirmou que os álbuns serão entregues. [Veja vídeo acima.]

O casamento de Nathália Lima foi em novembro do ano passado. Ela contou que pagou R$ 2 mil pelas fotos e pela filmagem, mas até agora, quase dez meses depois, ainda não recebeu os arquivos. "Ele disse que agora está quebrado, que não tem condições nem previsão para a entrega. Disse que a gente esperasse", contou Nathália.

A situação é a mesma para Eludiane da Silva e Miriam dos Santos. Elas pagaram, respectivamente, R$ 3.300 e R$ 2.100, mas também não receberam as fotos. Miriam contou que casou em abril do ano passado e não teve retorno. Agora, não consegue mais nem entrar em contato com o fotógrafo. "Ele não atende minhas ligações", disse.

As noivas levaram o caso para a Delegacia do Consumidor. De acordo com o delegado Roberto Wanderley, o crime pode configurar estelionato porque o fotógrafo contratado recebeu o dinheiro mas não entregou o serviço. "[Crime de estelionato é] O prestador de serviço obter uma vantagem indevida com um prejuÍzo de outra pessoa através de um meio fraudulento, que é mentindo sobre o serviço prestado", contou o delegado. Segundo ele, o inquérito vai investigar se a questão se configura em crime de estelionato.

Fotógrafo
A reportagem do Bom Dia Pernambuco foi em dois endereços para tentar entrar em contato com o profissional, mas ele não estava. A produção conseguiu apenas entrar em contato por telefone.

Na ligação, Nunes reconheceu que os álbuns estão atrasados, mas disse que o serviço vai ser entregue. "Eu tenho no contrato um prazo de entrega e as noivas estão passando seis meses, um ano pra escolher, e acumulou o serviço. Os álbuns estão em andamento. Todas vão receber", disse.

Cuidados
Para evitar que os consumidores sejam vítimas de estelionatários, o gerente jurídico do Procon-PE, Roberto Campos, disse que é preciso não se deixar atrair pelo preço baixo, forma que é utilizada pelos crimiosos para atrair clientes. "Só cai em golpe quem vai atrás de facilidade. Verifique instalações da empresa, do escritório, peça referência de festas já realizadas", disse.

Outra orientação do gerente foi a de não fazer pagamentos antecipados. "Dê preferência ao tipo de contratação em que você vai dar um sinal e apenas no final do serviço você efetua o pagamento na integralidade. É importante buscar informações e não pagar nada antecipadamente", afirmou.

Já o delegado Paulo Rameh apontou que é difícil a polícia realizar uma prisão em flagrante do estelionatário. "É um crime que depende da obtenção da vantagem, e o momento é quando a pessoa vai ao banco e vê que o cheque não tem fundo ou contrata uma empresa para fazer uma festa e a festa não é realizada, por exemplo. O momento da obtenção da vantagem é o momento do flagrante e o estelionatário não está ali para ser preso", explicou.

Rameh informou ainda que os consumidores que acreditaram ser vítimas de estelionatários podem procurar qualquer delegacia de polícia, além da delegacia especializada em crimes de estelionato. Se o suspeito é acusado de estelionato, a pena pode variar entre 1 e 5 anos de prisão. "É um crime inafiançável", disse ainda Rameh.

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