Coletores e motoristas aguardam no pátio a decisão sobre a continuação da greve (Foto: Reprodução/ TV TEM)Na manhã desta terça-feira (31), os motoristas e coletores de lixo de Bauru (SP) se reuniram em uma assembleia para decidir se retomariam o trabalho integralmente. Em menos de meia hora, os mais de 200 funcionários da Emdurb, que fazem coleta e capinação na cidade, decidiram manter a paralisação, funcionando com 70% dos coletores, conforme a determinação judicial.
A greve dos demais servidores foi suspensa até o dia 8 de maio, data em que a categoria vai tentar uma nova negociação com a prefeitura. Enquanto isso, os serviços interrompidos há uma semana começarão a ser retomados. Um dos trabalhos mais prejudicados foi o da coleta de lixo, que começou a greve com 100% dos trabalhadores paralisados e depois, por ordem judicial, colocou 70% dos caminhões nas ruas.
“A proposta que a Emdurb fez para nós não é benéfica em relação aos outros servidores da prefeitura. Nós temos queremos o ticket alimentação, que os funcionários da prefeitura já tem. É um valor de R$ 220 que está sendo passado para R$ 300. Nós estamos em prejuízo em relação aos servidores da prefeitura. Queremos que melhore o nosso salário base”, disse Nelson Luiz de Souza, representante dos coletores.
Mesmo com os coletores respeitando a determinação judicial e funcionando com 70% da equipe, a coleta está bem prejudicada. De acordo com Nelson, como há muito lixo acumulado, os trabalhadores não conseguem recolher o lixo utilizando a corrida. Eles precisam percorrer o trajeto andando e, com isso, o caminhão não consegue avançar e terminar o setor.
Lixo nas ruas
Ainda de acordo com o representante, foi feita uma escala de coleta pela empresa, mas esta escala beneficia apenas a parte mais nobre da cidade. Bairros mais periféricos como Ferradura Mirim, Tangarás, Vila Dutra, Parque Real e Tangarás, não foram escalados para as coletas.
Lixo acumulado no bairro Jardim das Orquídeas(Foto: Reprodução/ TV TEM)
No Jardim das Orquídeas, por exemplo, as lixeiras não dão conta e o lixo já acumula na calçada, causando transtornos como mau cheiro e criação de bichos, além de serem potenciais criadouros do mosquito da dengue. “Passam vândalos e abrem o lixo pra pegar coisas, cachorros rasgam os sacos e fica tudo espalhado no chão. Está cheio de mosca, de bigato, está difícil”, disse o aposentado Antônio Aguiar, morador do bairro.
Em uma padaria, que fica em frente a um dos condomínios onde não há coleta, a proprietária precisou adotar algumas medidas para afastar os mosquitos. “É duro porque dá bastante bicho, mosca, e nós não poderíamos usar inseticida, mas ás vezes precisamos usar, porque não tem jeito. Fora o mal cheiro, os clientes reclamam bastante”, contou a comerciante Daniela Rodrigues de Almeida.
Segundo o diretor da Sinserm Valdecir Rosa, o sindicato está fazendo uma contraproposta para a direção da Emdurb.
