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Amanda Nunes sobre combate contra Miesha Tate: "Sou a mais preparada"

Brasileira comemora chance ao título e afirma que Holly Holm não merecia revanche:
"A menina deu sorte com a Ronda Rousey e perdeu o cinturão na primeira defesa"

Por Rio de Janeiro

Amanda Nunes; UFC 196 (Foto: Jason Silva)Amanda Nunes venceu Valentina Shevchenko no UFC 196 por decisão dos juízes pela primeira vez na carreira (Foto: Jason Silva)

Apesar de ser a quarta colocada do ranking do peso-galo feminino do UFC, Amanda Nunes se considera a principal candidata para enfrentar a atual campeã da categoria, Miesha Tate. Criticada pelo empresário de Holly Holm, que disse à imprensa internacional que ela seria uma luta mais fácil para a dona do cinturão, a "Leoa" foi bem sincera.

- Como mais fácil, se quem foi finalizada foi a atleta dele? Ela foi finalizada até dormir. Holly Holm não conseguiu se defender, por não ter o chão, o jiu-jítsu. Se ela lutar contra a Miesha mais uma vez, ela será uma oponente fraca. Para ser campeã tem que saber de tudo um pouco. Com todo respeito aos outros atletas, mas eu sou a mais preparada - declarou em entrevista para o Combate.com.

Na conversa por telefone, a brasileira contou que conversou com Miesha sobre uma futura luta, caso a atual campeã conquistasse o cinturão, analisou seus problemas com falta de fôlego no fim dos combates e revelou os motivos de não ter aceitado uma luta contra Cris Cyborg.

Confira a entrevista abaixo:

Combate.com: Por que acha que Miesha Tate preferiu lutar com você a fazer uma revanche contra Holly Holm?

Amanda Nunes: Foi uma coisa que a gente meio que se falou. Conversamos antes da nossa luta, antes da pesagem, eu acho. Eu disse: "Se você pegar esse cinturão, vai ser eu contra você". A gente nunca foi inimiga. Acho que ela pediu essa luta porque a gente já tinha conversado. O bom é que faz rodar a categoria. Não fica só Ronda, Miesha e Holly. A nossa divisão tem muitas meninas boas, não são só aquelas que ficam nos holofotes. Existem as que têm talento e treinam muito também. Acho que fica faltando as pessoas olharem para essas meninas. Agora que eu estou chegando que estão me procurando. Mas antes eram só as três. 

Sua posição no ranking condiz com as suas habilidades?

Essa coisa de ranking é bem complicada. Eu estou no top 5 e as três última vitórias me ajudaram muito. Na última luta eu não consegui finalizar, mas aprendi bastante. Eu era a última da divisão que estava preparada para lutar pelo cinturão.

Você se considera melhor do que a Holly, Ronda e Cat Zingano?

Com certeza. Eu perdi para a Cat (no UFC 178, em setembro de 2014), mas desde aquela derrota eu vim ganhando e melhorando. Depois daquela luta eu só evolui. Após todas as derrotas que eu tive, voltei mais forte. É uma autocrítica que eu tenho, uma coisa que eu sempre faço. Vejo no que eu tenho que melhorar, e isso me ajuda bastante. Até nas lutas que eu ganho, percebo meus erros e não faço mais. Alguma coisa me atrapalhou no último round (na luta contra Valentina Shevchenko), mas não foi falta de gás. A gente está trabalhando para melhorar porque eu estava preparada para três rounds.

No que você acha que é melhor do que a Miesha?

Não acho que existe melhor. Eu acredito que existe, no dia da luta, a melhor estratégia. Vai depender de qual vai ser a melhor estratégia quando chegar a hora. Não vou dizer que eu sou melhor que a campeã, mas eu acredito que tenho um grande potencial para ganhar dela. 

Pôster UFC 200; Amanda Nunes; Miesha Tate (Foto: Reprodução/ Instagram)Pôster do UFC 200 divulga a luta entre Miesha Tate e Amanda Nunes (Foto: Reprodução/ Instagram)

Achou justo a Holly não ganhar uma revanche?

Claro. A menina deu sorte com a Ronda Rousey e perdeu o cinturão na primeira defesa. Ela não sabe nem bater para parar, nunca foi para o chão, nunca teve jogo de chão. Já eu estou vindo de finalização. Só na última luta que eu venci por pontos. Sou a única que depois de ter perdido voltou mais forte. Eu tenho certeza que estou pronta e seria uma boa campeã.

O que achou de disputar o cinturão logo no UFC 200?

Poderia ser no 200, 201, qualquer um. A única coisa que eu quero agora é fazer o meu melhor e estar bem preparada para levar esse cinturão. Poderia ser em qualquer lugar. A única coisa que eu quero é ganhar o cinturão.

Você já admitiu que o gás é um ponto que você precisa melhorar, e a Miesha é conhecida por ter um bom gás. Isso te preocupa?

Já estou consertando o que eu acho que tenho errado. Tem alguns problemas que, claro, eu preciso consertar. Teve esse problema na luta contra a Valentina, morri no gás ali no terceiro round, mas não é uma coisa normal, porque eu treino muito bem na academia.

O quão perto você esteve de enfrentar a Cyborg?

A minha visão era o cinturão. Não queria nenhuma outra luta que não fosse pelo cinturão. Ela queria lutar em uma categoria maior. Depois que eu pegar o cinturão, luto contra qualquer uma que vier. Para mim, o que vale é o cinturão. Ela estava chegando agora, eu estou embalada para o cinturão e não ia me acrescentar em nada essa luta.

UFC 200
9 de julho de 2016, em Las Vegas (EUA)
CARD DO EVENTO (até agora):
Peso-meio-médio: Conor McGregor x Nate Diaz
Peso-pena: José Aldo x Frankie Edgar
Peso-galo: Miesha Tate x Amanda Nunes
Peso-pesado: Cain Velásquez x Travis Browne
Peso-meio-médio: Johny Hendricks x Kelvin Gastelum
Peso-galo: Cat Zingano x Julianna Peña
Peso-leve: Joe Lauzon x Diego Sanchez
Peso-leve: Takanori Gomi x Jim Miller
Peso-médio: Gegard Mousasi x Derek Brunson
Peso-leve: Sage Northcutt x Enrique Marin

*Estagiário, sob a supervisão de Evelyn Rodrigues.