Edição do dia 25/08/2015

25/08/2015 22h04 - Atualizado em 26/08/2015 00h01

Campo de refugiados francês tem restaurante e até discoteca

Imigrantes esperam oportunidade para entrar na Inglaterra.
A maioria das pessoas do acampamento vem da África.

Calais é a cidade no norte da França por onde caminhões e barcos fazem a travessia do Canal da Mancha. A convite do Profissão Repórter, o repórter Pierre Morel foi mostrar como vivem os refugiados que esperam ali uma chance para entrar na Inglaterra. A “New Jungle” (Nova Floresta), o nome que eles deram para o acampamento, tem 2.500 pessoas que vêm de vários países da África e do Oriente Médio e dividem 26 torneiras, 50 banheiros e 36 chuveiros. Não há eletricidade ou esgoto, mas tem lojas, a maioria comandada por afegãos, onde se encontra produtos de limpeza, comidas e roupas. Além de restaurante com comida pronta e uma discoteca. Veja no vídeo acima.
 

 

Beni tem 19 anos e saiu da Etiópia há seis meses. A família dele juntou U$ 3 mil para que ele chegasse a Calais. Ele conta que ficou dois dias acocorado dentro do bote que cruzou o Mar Mediterrâneo.  É a mesma travessia em botes lotados que tem causado milhares de mortes nos últimos anos. As pessoas saem do norte da África em direção à Itália sem espaço, comida ou água. Depois, seguem por terra até o norte da França.

Ás 2h da madrugada, o despertador de Beni toca. Ele e um amigo saem com a roupa do corpo. A caminhada é longa, eles precisam encontrar os acessos menos vigiados pela polícia. A primeira tentativa de passar as grades não funciona. Mas eles tentam de novo e entram no porto. Desde então, Pierre não conseguiu mais notícias de Beni.

Desde o começo do ano, 40 mil refugiados tentaram essa travessia. Na semana passada, a França e a Inglaterra fecharam um acordo para reforçar a fiscalização em Calais.

Copa dos Refugiados
Manhã de sábado no centro de São Paulo. Atletas se reúnem para disputar as finais da Copa dos Refugiados, um campeonato que reúne imigrantes de 20 países diferentes.
 

 Francesco M Bougue , atacante do time de Camarões, veio para o Brasil com o sonho de ser jogador de futebol. Ele já viajou quase todo o mundo, fala sete línguas e escreve quatro. A esposa brasileira é corretora de seguros.

Depois de muita confusão, Camarões vence o jogo e se classifica para a final. O segundo finalista foi decidido nos pênaltis entre Congo e Costa do Marfim. O Congo venceu.
Organizador da Copa dos Refugiados, Jean Katumba veio do Congo e chegou ao Brasil com apenas U$ 200 no bolso. Ele é engenheiro civil e fugiu depois de denunciar fraudes nas eleições de seu país.

A final é disputada entre Congo e Camarões. O time de Camarões tem três jogadores profissionais e outros três tentando começar a carreira. Eles dominam a partida desde o começo e levantam a taça no final.

Sírios em São Paulo
O Profissão Repórter mostrou em 2014 a chegada de Ayman Zrba ao Brasil. Em um ano aqui, ele foi despejado da casa onde morava e agora mora de favor. Ayman trouxe dois filhos da Síria e tem um terceiro nascido no Brasil. Acaba de conseguir um trabalho ajudando o amigo que canta na rua, perto da Praça da Sé.

Nos últimos quatro anos, o número de refugiados que vivem no Brasil quase dobrou. Hoje já são 8.400 e a maioria (2 mil) é de sírios.
 

 Desde o ano passado, a comerciante Paula Martinez ajuda os refugiados em Guarulhos, na Grande São Paulo. Ela apresenta Oussama Hazeemeh, engenheiro, com quatro filhos.

Oussama está no Brasil há 11 anos e há três meses montou uma esfirraria. Em Damasco, na capital da Síria, a família tinha um estúdio de fotografia, fazia filmes de ficção e morava em uma casa cinco vezes maior do que o apartamento em que vive hoje em São Paulo.

Neste fim de semana, a crise se agravou na Europa. Sete mil refugiados, a maioria da Síria, tentaram cruzar as fronteiras da Grécia e da Macedônia. Dois mil conseguiram seguir viagem.

Veja essas e mais histórias de refugiados nos vídeos desta reportagem.

 

 

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