30/03/2015 18h20 - Atualizado em 30/03/2015 18h40

Entenda a greve dos garis e coletores em São Paulo

Cidades do ABC são as mais afetadas pela greve anunciada na sexta (20).
Categoria pede 11,73%; empresários oferecem aumento de 7,68%.

Do G1 São Paulo

Lixo acumulado nas calçadas de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo marca uma semana do início da greve dos catadores nas cidades do Grande ABC e também no interior; categoria de garis e lixeiros afirma que 70% dos serviços estão funcionando e pede reajuste salarial de 11,73 por cento.  (Foto: Carla Carniel/Frame/Estadão Conteúdo)Lixo acumulado nas calçadas de São Caetano do Sul. (Foto: Carla Carniel/Frame/Estadão Conteúdo)

A greve de cerca de 30 mil funcionários da limpeza urbana afeta 132 cidades da Grande São Paulo e do interior desde segunda-feira (23), de acordo com o sindicato da categoria. As cidades do ABC estão entre a mais afetadas. Na terça-feira (31), uma nova rodada de negociações será realizada no Tribunal Regional do Trabalho.

Veja abaixo o que pede a categoria e a posição das empresas:

O que o sindicato pede?
Reajuste de 11,73%. O percentual foi calculado com base no índice do reajuste do Piso Salarial Mínimo vigente no Estado de São Paulo acrescido de aumento real de 5% sobre os salários e pisos salariais reajustados, segundo a Federação dos Trabalhadores em Serviços, Asseio e Conservação Ambiental, Urbana e Áreas Verdes do Estado de São Paulo (Femaco). Os trabalhadores têm um salário médio entre R$ 800 a R$ 1200.

O que empresários oferecem?
Aumento de 7,68%. O Sindicato das Empresas Urbanas de São Paulo (Selur) começou oferecendo 6,5% de reajuste, e elevou o valor durante as negociações. A entidade alega que as empresas não têm como chegar a tal índice.

Qual região é atingida pela paralisação?
Além do ABC, a paralisação atinge os trabalhadores filiados às unidades do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação e Limpeza Urbana de São Paulo (Siemaco) de Osasco, Taboão da Serra, Arujá, Mairiporã (na Grande São Paulo), Itanhaém (litoral), Araçatuba e Piracicaba (interior).

Os municípios de São Paulo, Campinas e Guarulhos não registraram paralisação até o momento. A data-base da categoria em São Paulo e Campinas é setembro. Já em Guarulhos ela acontece em julho.

Status das negociações
A Femaco afirma que as negociações começaram em janeiro deste ano. Já aconteceram duas audiências no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), na sexta-feira (20) e na terça-feira (24). Na última audiência, o TRT fez a proposta de 9,58% de reajuste, mas o valor não foi aceito pelo Sindicato das Empresas Urbanas de São Paulo (Selur).

Diante da falta de acordo, foi concedido prazo para apresentação de defesa pelo sindicato dos trabalhadores até 25 de março e manifestação do sindicato patronal, até 26 de março.

O TRT determinou a manutenção de 70% da coleta de lixo domiciliar e varrição de ruas; 100% da coleta do lixo hospitalar e 100% de funcionamento de aterro sanitário, sob pena de multa diária no valor de R$ 100 mil, em caso de descumprimento.

Cumprimento da determinação judicial
O sindicato diz que a determinação do TRT tem sido cumprida: 70% da coleta domiciliar e da varrição de rua, 100% da coleta hospitalar e 100% do funcionamento dos lixões. Funcionários que dão sequência às suas atividades privilegiam áreas centrais das cidades do ABC.

Os empresários afirmam que a categoria não tem respeitado a determinação judicial porque há interrupção da coleta. Os grevistas fecharam o aterro sanitário de Mauá, que recebe os resíduos sólidos da região. Por isso, os caminhões da coleta em São Bernardo, têm de levar os resíduos para fora da grande São Paulo, em uma operação logística complexa e demorada.

 

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