Pesquisadores de Mato Grosso descobriram que aquela água que pinga dos aparelhos de ar-condicionado pode ser reaproveitada. Com tratamento, dá até para ser bebida.
Tempo abafado, temperatura alta. Para quem mora em cidades quentes, o aparelho mostrado no vídeo acima é quase indispensável.
"Não é nem questão de luxo, é mais por necessidade", afirma um morador.
Uma pesquisa do Instituto Federal de Mato Grosso quer reaproveitar a água de todo esse pinga-pinga.
"Uma fonte de abastecimento alternativo de água, para o consumo humano, porque realmente é o mesmo princípio da chuva. Ela passa do gasoso para o líquido e essa água é jogada fora. Como ela sofre essa mudança de estado físico, ela se purifica", explica Sandra Maria de Lima, pesquisadora do IFMT.
"Tinha muito medo que tivesse a presença de chumbo, mercúrio, todos os metais que estão dentro da liga, da própria formação do aparelho do ar-condicionado. Mas para a nossa surpresa, todos deram abaixo do limite esperado da portaria do Ministério da Saúde", afirma Carla Valentini, pesquisadora do IFMT.
Mas os pesquisadores ainda têm muito trabalho pela frente. Agora eles precisam conseguir as certificações técnicas que autorizam o uso da água do ar-condicionado para matar a sede das pessoas.
Além disso, a água precisa receber cloro para garantir os padrões de qualidade e evitar problema de saúde.
“Ela só vai poder ser consumida, primeiro: quando a gente conseguir um método simples, fácil e rápido para a cloração dessa água e segundo quando tivermos a autorização do Ministério da Saúde para esse consumo”, diz Sandra Maria de Lima.
Enquanto isso não acontece, Wendel uniu o útil ao agradável. Para acabar com as infiltrações provocadas pelo pinga-pinga passou a armazenar a água dos três aparelhos de casa, que agora é usada na limpeza.
"Numa semana, eu consigo 30, 40 litros de água vindos do ar-condicionado. O que se puder fazer para economizar um pouquinho no fim do mês é bem-vindo", afirma Wendel Ferreira César, funcionário público.
