Luis Henrique entrou em campo aos 28 minutos da segunda
etapa da partida contra o América-MG. Apesar de pouco tempo em campo, foi tempo
suficiente para ser provocado pelo volante Thiago Santos, com quem trocou
empurrões e até tapas, sem que fosse flagrado pelo árbitro. Essa é apenas uma
das dificuldades enfrentadas pelo atacante de 17 anos em seus primeiros meses
atuando nos profissionais. Aos poucos, o xodó da torcida do Botafogo encara sua
nova realidade. Uma realidade também marcada pelo assédio de outros clubes.
Com contrato até dezembro de 2017, Luis Henrique teve em
julho seu salário aumentado, e a multa rescisória saltou para R$ 60 milhões
para clubes estrangeiros. O atacante tenta deixar tudo o que está fora de campo
para sua mãe, Tanara, mas admite ter conhecimento de alguns interessados. Já o Botafogo afirma não ter recebido qualquer contato.
- Minha mãe é quem cuida da minha carreira, então o assunto
é com ela. De qualquer maneira, estou muito tranquilo quanto a isso. Há
sondagens e interesses, mas pretendo ficar no Botafogo e fazer história aqui.
Tenho um caminho longo pela frente. Comecei com 17 anos, mas é cedo que se
começa, e eu quero continuar no clube por muito tempo - disse ele, que foi o
escolhido para desfilar com a camisa principal do Botafogo no lançamento dos
novos uniformes do time, na noite desta quinta-feira.
Com apenas 10 jogos como profissional, e três gols marcados,
Luis Henrique ainda encara como novidade o que ocorre em sua vida,
principalmente dentro de campo. No jogo do último sábado, viveu mais uma
experiência de encarar adversários mais velhos e que fazem algo mais do que
jogar bola durante as partidas. O atacante admite que ainda tenta se acostumar,
mas tenta levar tudo de maneira tranquila.
- Tudo é muito diferente. Os zagueiros são mais fortes, mais
“malandros”, falam uma besteira no ouvido, dão aquela pegada fora do lance... Isso não tem muito na base, mas não é nada demais. Nada que não dê para acostumar - ressaltou.
Uma das novidades para Luis Henrique nesta nova etapa de sua
carreira é disputar uma vaga de titular. Depois de vestir a camisa 9 em suas oito
primeiras partidas como profissional, passou a ocupar o banco de reservas. Mas
a lesão do uruguaio Navarro vai dar ao prodígio a chance de recuperar a vaga
neste domingo, contra o Paysandu. O atacante espera aproveitar a nova
oportunidade, mas procura encarar a situação com naturalidade.
- No sub-17 eu era praticamente titular absoluto. Foi o que
me credenciou para estar nos profissionais. Quando fui promovido ocorreram
algumas coisas que fizeram com que eu começasse como titular. Acho que fui bem
e continuo assim. Mas era o momento do Navarro, teve sua chance e eu vou ter a
minha no domingo. Lido bem com isso de buscar a vaga de titular. Acho até legal,
porque é uma disputa sadia. Quem ganha com isso é o Botafogo.