• Redação Galileu
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Para atingir sua velocidade máxima, o D-Wave 2X precisa estar a uma temperatura menor que a do espaço sideral  (Foto: Divulgação)

Para atingir sua velocidade máxima, o D-Wave 2X precisa estar a uma temperatura menor que a do espaço sideral (Foto: Divulgação)

O primeiro computador comercial quântico do mundo foi vendido em 2013 pela canadense D-Wave para o Google. O computador foi instalado em um escritório da NASA mas, o que era pra ser a conjunção máxima da vanguarda tecnológica (Google + NASA + Computador Quântico = algo verdadeiramente insondável) acabou sendo recebido com frieza, já que muita gente da comunidade científica colocou em cheque o verdadeiro poder da tecnologia por trás da máquina. Agora o Google acaba de anunciar que realizou testes que comprovam que esse computador pode sim atingir as expectativas grandiosas que envolvem a computação quântica.

Pra se ter uma noção, Rupak Biswas, um diretor da NASA, declarou que estamos diante de “uma tecnologia realmente disruptiva que pode mudar a forma como fazemos tudo”. A ideia é que as propriedades da mecânica quântica possam agilizar nossa caminhada rumo à inteligência artificial, já que esses computadores poderiam fazer cálculos com muito mais rapidez.

O problema é que tal computador funciona com um chip que não conta com a confiança da comunidade científica: vários físicos quânticos se dizem céticos quanto ao verdadeiro poder da tecnologia apresentada pela D-Wave. Uma equipe de físicos do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça chegou a publicar um estudo afirmando categoricamente que a tecnologia da D-Wave não superava os chips usados em computadores não quânticos.

Na terça-feira (8), o chefe do laboratório quântico do Google em Los Angeles Hartmut Neven anunciou que não pairam mais dúvidas sobre a eficiência do brinquedinho comprado em 2013: em um desafio contra um computador convencional (com apenas um processador) o D-Wave 2X foi 100 milhões de vezes mais rápido que seu oponente.

A diferença fundamental entre a computação quântica e a convencional é que estamos acostumados com computadores baseados em um sistema binário, em que cada bit é zero ou um. Nos chips quânticos, os bits podem ser zero e um ao mesmo tempo. Ainda de acordo com Hartmut, “o que uma máquina D-Wave faz em um segundo levaria 10 mil anos para um computador convencional com um único núcleo”. Apesar dos avanços alegados, não há sequer previsão para a comercialização desse tipo de computador para o cidadão comum.