09/12/2015 10h17 - Atualizado em 09/12/2015 10h17

Fortaleza tem 3ª maior inflação do país em novembro, aponta IBGE

Preços ficaram em média 1,27% mais caros em Fortaleza em novembro.
Em 12 meses, Fortaleza acumula inflação de 10,53%, segundo o IBGE.

Do G1 CE

Fortaleza registrou a 3ª maior inflação no mês de novembro em 13 cidades pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice oficial que mede a inflação no país, os preços ficaram 1,27% mais caro em novembro. Nos últimos 12 meses, a capital cearense acumula alta de 10,53%, maior que a média nacional, de 10,48%.

IPCA DE JANEIRO A NOVEMBRO
acumulado, em %
 
Fonte: IBGE

Entre as 13 cidades pesquisadas, apenas Campo Grande e Goiânia tiveram inflação maior que a de Fortaleza em novembro, de 1,29% e 1,44%, respectivamente.

Entre os grupos analisados pelo IBGE, o maior impacto partiu do de gastos com alimentos e bebidas, que ficaram 1,83% mais caros de outubro para novembro.

No ano, de janeiro a novembro, a inflação acumula alta de 9,62% - a maior para esse período desde 2002. Naquele ano, o IPCA havia ficado em 10,22%. Em 12 meses, o indicador está em 10,48%, bem acima do teto da meta de inflação do Banco Central, de 6,5% ano ano. Essa variação também é a mais intensa desde novembro de 2003, quando atingiu 11,02%.

Entre os itens pesquisados para o cálculo da inflação, o que mais pesou no bolso do consumidor foi o aumento de preços dos combustíveis. O valor do litro da gasolina subiu 3,21% em novembro, ainda reflexo do reajuste de 6% autorizado pela Petrobras desde setembro.

“A taxa desse ano carrega vários reajustes de itens importantes no orçamento, que são as contas que pesam muito no bolso das famílias, energia, água e esgoto, que até ficaram represadas muitos anos, com preços abaixo da inflação”, disse Eulina Nunes, coordenadora de Índice de Preços do IBGE.

Na sequência, entre os maiores impactos intelefonia celular (2,13%) e fixa (1,00%), artigos de higiene pessoal (1,22%), roupas infantis (1,19%) e femininas (1,17%), plano de saúde (1,06%), cabeleireiro (0,70%) e empregado doméstico (0,45%).

Com o aumento do preço da gasolina, os outros combustíveis acabaram tendo seus valores reajustados também. Enquanto o custo do litro do etanol aumentou 9,31%, o do óleo diesel subiu 1,76%.

Mesmo com a pressão do aumento desses gastos, o grupo de despesas relativos a transportes, do qual fazem parte, viu sua taxa desacelerar, de 1,72% em outubro para 1,08% em novembro.

"Tem pressão forte do câmbio, tivemos recentemente aumento do óleo diesel, da gasolina, e nós tivemos impacto direto na formação do IPCA. O reajuste do diesel, apesar de o peso ser pequeno [no IPCA], afeta todos os setores, porque o transporte, o frete, é movido a diesel”,. afirmou.

Nos alimentos, os itens comprados para consumo dentro de casa subiram 2,46% e as refeições fora de casa ficaram quase 10% mais caras. Entre os destaques de alta estão a batata-inglesa (27,46%), o tomate (24,65%), o açúcar cristal (15,11%) e o refinado (13,15%).

Além da comida e do combustível, a conta de luz também subiu 0,98%, contribuindo para o ligeiro aumento do grupo de gastos com habitação, cuja alta passou de 0,75% para 0,76%. Também ficaram maiores os preços de artigos de limpeza (1,5%), condomínio (1,35%) e botijão de gás (0,81%).

 

 

 

 

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