O vice-presidente do Náutico, Durval Valença, em coletiva de imprensa, na última quinta-feira, nos Aflitos, afirmou que o clube havia feito um "acordo de cavalheiros" para que o Timbu atuasse no Arruda, sem pagar o aluguel. Nesta sexta-feira, porém, o Santa Cruz negou a existência do acerto, garantiu que cobrará uma compensação financeira pela cessão do espaço.
Chama atenção a diferença entre os tons dos dois clubes. A nota oficial divulgada pelo Santa Cruz chega a, no último parágrafo, cutucar a diretoria do Náutico - ao comemorar que os alvirrubros, ao alugarem o Arruda, reconhecem que o estádio tricolor "reúne condições de segurança para a realização de partidas de qualquer porte ou dimensão".
À época do Clássico entre os dois times, realizado no dia 17 de outubro, o presidente Timbu, Glauber Vasconcelos, quis transferir o jogo para Arena Pernambuco, alegando justamente que o Arruda não teria condições de segurança para receber um jogo de tal porte.
Confira, abaixo, a íntegra da nota oficial divulgado pelo Santa Cruz, assinada pelo presidente do clube, Alírio Moraes.
"O Santa Cruz Futebol Clube não realizou ou mantém qualquer “acordo de cavalheiros” para ceder o Arruda “de graça” para que seu concorrente direto pela vaga na série A 2016, o Clube Náutico Capibaribe, realize a partida contra o Bahia.
O Santa Cruz apenas recebeu a notificação do Departamento de Competições da Confederação Brasileira de Futebol informando que o estádio José do Rego Maciel seria colocado à disposição para sediar a mencionada partida pela penúltima rodada da série B. Essa é uma possibilidade prevista pelo regulamento da competição sempre que houver necessidade e não estejam agendados quaisquer outros eventos no estádio.
As despesas relacionadas com a realização da partida, obviamente, serão arcadas pelo clube mandante, jamais pelo proprietário do estádio.
Desde já, o Santa Cruz não pretende abrir mão do direito de requerer a devida compensação financeira, em forma de aluguel ou arrendamento, pela cessão do espaço. Por fim, todos que fazem o Santa Cruz receberam a notícia da decisão tomada pelo Náutico com perplexidade e satisfação.
Com perplexidade por se caracterizar como uma clara contradição diante do esforço dos dirigentes daquele clube em cassar o mando de campo do Santa Cruz no clássico realizado em 17 de outubro, sob a alegação de que nosso estádio não oferecia condições de segurança para a realização daquele jogo.
Com satisfação porque, ao tomar essa decisão, os dirigentes do Náutico admitem publicamente - e em caráter definitivo - que o Arruda reúne condições de segurança para a realização de partidas de qualquer porte ou dimensão."
Alírio Moraes Filho
Presidente do Santa Cruz Futebol Clube