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Por Da Redação; Para O TechTudo


A briga entre o Uber e os taxistas parece estar distante do fim. Os criadores do app alegam que o objetivo é conectar passageiros a motoristas particulares proprietários de carros pretos. Parte dos taxistas, por sua vez, afirma que se trata de um apicativo ilegal. Os donos de táxis já fizeram protestos em diversas cidades do planeta, entre elas Rio de Janeiro e São Paulo.

No meio deste embate estão os cidadãos – em busca de um serviço de transporte de qualidade, e alguns já se questionando como ser motorista.

Uber oferece alternativa aos táxis tradicionais (Foto: Divulgação/Uber) — Foto: TechTudo
Uber oferece alternativa aos táxis tradicionais (Foto: Divulgação/Uber) — Foto: TechTudo

Mas por que um aparente inofensivo app pode ser capaz de levantar a fúria de uma classe inteira de trabalhadores? O TechTudo conversou com os dois lados para te ajudar a entender uma equação que envolve de um lado inovação, legislação e muito dinheiro e do outro o seu bem estar como consumidor.

Como o Uber funciona?

A ideia do Uber é bem simples: ajudar quem precisa se locomover pela cidade a encontrar algum carro que a leve ao destino. Por meio do aplicativo, o usuário pode pedir um motorista particular.

Custando em média 5% a mais do que os táxis convencionais, toda a transação é feita pelo app, desde o cálculo de preço pelo trajeto percorrido, até o pagamento por cartão de crédito – que fica cadastrado no sistema da empresa.  Os motoristas ficam com 80% do valor e o Uber com o restante (20%).

Fora da lei e/ou disruptivo?

Desde a sua fundação em 2010, a empresa tem causado a ira dos taxistas das cidades onde é o app funciona. Grandes protestos a favor do banimento do Uber paralisaram cidades como Londres e Paris.

Para a classe, o Uber deve ser proibido, já que não possui uma lei específica e não está sujeito as regulamentações que os taxistas são obrigados a cumprir.

“O aplicativo favorece o exercício ilegal da profissão, já que os motoristas cadastrados não têm qualquer licença para prestar serviço de transporte público”, explica Edmilson Americano, presidente da Associação Brasileira das Cooperativas e Associações de Táxis (Abracomtaxi).

Isso se agrava ainda mais já que algumas cidades, como o Rio de Janeiro, não fornecem mais o alvará. Quem quiser trabalhar legalizado, precisa herdar ou comprar a licença de outro taxista. Em alguns casos, o custo ultrapassa a casa dos R$ 100 mil.

Em contrapartida, o Uber criou um sistema próprio para ‘regular’ a atividade de seus motoristas. Para se cadastrar no Uber como motorista é preciso ter uma carteira com licença para exercer atividade remunerada, ter seguro que cubra o passageiro e o carro precisa ser sedã comprado a partir de 2009. É feita ainda a checagem de antecedentes criminais.

Os usuários também são envolvidos nesse processo. Ao concluir o pagamento, os passageiros são convidados a fazer uma avaliação. Motoristas que são classificados com menos de quatro estrelas são barrados pela empresa.

Crescimento

O Uber tem apetite voraz. Em menos de cinco anos, a empresa já opera em 300 localidades mundo a fora. São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília já contam com motoristas cadastrados no aplicativo.

As questões legais envolvendo a empresa parecem não afastar investidores. Ao todo a empresa já recebeu investimentos de US$ 2,7 bilhões (R$ 8,3 bilhões em cotação atual). Em janeiro deste ano, ela estava sendo avaliada em mais de US$ 40 bilhões (R$ 123 bilhões em cotação atual), passando na época até mesmo a Petrobras em valor de mercado.

Os protestos organizados pelo mundo parecem servir de mola propulsora para o crescimento. Em manifestações no primeiro semestre de 2015, em algumas cidades brasileiras, o Uber registrou aumento de cinco vezes na quantidade de cadastros em São Paulo e Brasília. No Rio e em Belo Horizonte, o número de registros triplicou.

O Uber enfrenta, além da guerra com os taxistas, denúncias de estupros envolvendo motoristas cadastrados no aplicativo. Casos que mancharam a reputação da empresa já aconteceram nos Estados Unidos e na Índia.

No ano passado, mais uma polêmica: a startup foi acusada de pagar detetives para investigar jornalistas que publicavam matérias negativas sobre a empresa. Travis Kalanick, CEO do Uber, teve de se retratar publicamente via Twitter.

Futuro

Pode ser meio complicado imaginar como uma empresa que não possui nenhum carro pode ser avaliada em bilhões de dólares. Negócios inovadores que exploram a economia colaborativa estão sujeitas a causar alguma tensão em meios tradicionais. O Airbnb, empresa que permite o compartilhamento de quartos, tem sofrido pressão por meio do lobby de hotéis em Nova York.

A estratégia dos taxistas de combater o Uber parece não estar dando certo. No Rio de Janeiro, apesar de a Secretaria de Transportes (SMTR) afirmar que é ilegal, o inquérito que apurava o serviço foi arquivado pelo Ministério Público Estadual ainda em 2014.

“A Uber é legal no país. O que acontece é que ainda não existe uma regulação específica para a economia compartilhada”, defende Fábio Sabba, porta-voz do Uber no Brasil

Ao que tudo indica, ou os taxistas se renovam para oferecer um serviço de excelência, ou terão que pintar os carros de preto e se submeter ao Uber.

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