30/09/2015 08h42 - Atualizado em 30/09/2015 14h04

Advogado diz que PMs do Rio estavam destravando arma

Delegado contesta e diz que vídeo, por si só, trouxe muitas informações;
PMs foram indiciados por alterar cena do crime da morte de rapaz no Rio.

Fernanda Rouvenat Do G1 Rio

O delegado André Leiras, da Divisão de Homicídios, afirmou, ma manhã desta quarta-feira (3), que a versão apresentada pelos advogados dos policiais militares suspeitos de forjar a cena do homicídio de um jovem no Morro da Providência, é incompatível com as cenas do crime e não condizem com a versão dos outros.

O advogado Felipe Simão, que defende três dos cinco PMs indiciados, afirmou que a manobra que o policial militar efetuou com a arma de fogo foi para tirar a munição para fazer um transporte seguro da arma. "O vídeo fala por si só. Ele trouxe muitas informações porque a fraude é gritante, é um flagrante", afirmou André leiras.

Durante a madrugada desta quarta, Simão alegou, em entrevista ao Bom Dia Rio, que os policiais efetuaram o disparo por uma questão de segurança. “Já que a arma estava travada, estava com munição e travada, precisava ser feito o disparo para poder fazer o transporte dela com segurança, entendeu? E aí, ele realmente ficou com medo ali no momento dele mesmo apertar o gatilho para destravar a arma e acabou cometendo esse equívoco de utilizar lá a forma com que foi feita. Mas em momento nenhum ele teve a intenção de modificar a cena do crime ou de praticar qualquer espécie de fraude processual”, afirmou Felipe Simão.

De acordo com o delegado, outro PM também prestou depoiemtno acompanhado de advogado e apenas um dos policiais desacompnhado no momento do depoimento. Nenhum deles assumiu que o crime foi para manipular a cena do crime. "Eles deram uma justificativa que eles acharam condizente. O procedimento foi feito e vai ser encaminhado para o poder judiciário. Cabe agora ao poder judiciário e ao Ministério Público julgar", completou o delegado.

Questionado pelo G1 sobre a versão da pessoa que fez as imagens e afirma que o jovem diz ter se rendido, o delegado disse que os PMs alegaram, em um primeiro momento, na 4ª DP, que a morte ocorreu em um momento de confronto com criminosos daquela localidade, o que, segundo o delegado, também será objeto de investigação pela Divisão de Homicídios.

"A gente vai destrinchar o crime de homicídio para poder ver todas as circunstâncias de como aconteceu efetivamente se houve confronto ou não e quem estava envolvido ou não. Nós vamos individualizar as condutas dos policiais. Na 4ª DP, eles disseram que o confronto ocorreu com três homens. As equipes estão na rua e A participação da população é muito importante", explicou Leiras. A pessoa que fez o vídeo prestou depoimento, mas, segundo o delegado, não acrescentou nada que pudesse revelar alguma coisa de diferente para as investigações.

Adolescente foi enterrado nesta quarta-feira
O corpo de Eduardo foi enterrado nesta quarta-feira (30) no Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do Rio. A mãe de Eduardo, Patrícia, chegou ao velório por volta das 11h30 e não falou com os jornalistas. Meia hora depois, chegou ao cemitério um primeiro ônibus com cerca de 80 moradores da Providência que vão acompanhar o enterro.

Houve protesto e ônibus apedrejados no início da manhã devido à morte do jovem. A empresa São Silvestre confirmou que houve uma confusão na porta da garagem e que oito ônibus foram apedrejados. A sede da empresa fica na parte baixa  da comunidade. Diversos carros da Polícia Militar faziam patrulhamento na região, com patrulhamento reforçado. Ainda nesta terça (29), um homem morreu durante outro protesto pela morte de Eduardo ao jogar uma pedra contra um ônibus e ser atingido pelos estilhaços na veia femoral.

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