NOVA YORK — A agência de notícias Reuters informou, na segunda-feira, que o Comitê Olímpico dos Estados Unidos (USOC, na sigla em inglês) disse em janeiro às federações esportivas americanas que os atletas preocupados com sua saúde, devido à proliferação do vírus zika no Brasil, devem considerar a possibilidade de não vir aos Jogos Olímpicos do Rio, em agosto. Segundo a Reuters, a mensagem foi repassada às federações durante uma teleconferência realizada no mês passado.
O porta-voz do USOC, Mark Jones, confirmou à Reuters que o chefe de performance esportiva, Alan Ashley, informou às federações esportivas sobre as recomendações do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos(CDC, em inglês). O presidente da federação de Esgrima, Donald Anthony, disse que “caso os atletas não se sintam confortáveis, poderão considerar não participar dos Jogos”.
— Uma das coisas que eles disseram foi que mulheres grávidas ou que planejam engravidar não deveriam ir ao Rio — afirmou Anthony.
Na noite de segunda, porém, o USOC divulgou nota oficial em seu site negando ter sugerido aos atletas que não venham aos Jogos e afirmando que as notícias publicadas “são 100% imprecisas”. Segundo outro porta-voz, Patrick Sandusky, foram discutidos em janeiro os riscos para funcionários das entidades esportivas, e não para atletas.
COMITÊ ORGANIZADOR MINIMIZA RISCO
No Rio, o Comitê Organizador das Olimpíadas voltou a afirmar, na segunda, que “garante a segurança de atletas e turistas” que venham à cidade para participar do evento. A Rio-2016 disse não acreditar que algum atleta fique fora das Olimpíadas por causa do risco de contrair a doença.
Os Comitês Olímpicos Europeus disseram que, no atual estágio do surto de zika no Brasil, não há razão para orientar atletas a não vir aos Jogos.
Segundo a Reuters, o diretor esportivo da Federação de Hipismo dos EUA, Will Connell, disse que o comitê americano deixou a decisão nas mãos dos atletas e das entidades esportivas:
— Eles dizem que ninguém tem motivos para se sentir obrigado a ir (ao Rio) — explicou Connell. — Se algum atleta se sentir desse jeito, é claro que ele pode decidir não ir.
Para Donald Anthony, da Federação de Esgrima, a situação “ainda não ficou crítica”:
— Acho que nossos atletas estão conscientes. Mas a situação não ficou crítica. Ainda não.
O Ministério da Saúde afirmou que o período em que serão realizados os jogos é considerado não endêmico para transmissão de doenças causadas pelo Aedes aegypti. Em 2015, agosto foi o mês com menos casos de dengue no país.
“O Brasil está fazendo uma grande mobilização para combater o mosquito Aedes aegypti. O governo federal, junto com estados e municípios, está fazendo esforço para proteger não só os brasileiros, mas também quem vem ao país para os Jogos Olímpicos”, afirmou o ministério.
A Rio-2016 reafirmou que segue trabalhando em inspeções diárias para eliminar focos do Aedes aegypti. Também reafirmou que a incidência do mosquito é “próxima a zero” em agosto.