Cerca de 60 policiais militares estão na frente do presídio de Presídio Militar Estadual (PME) de Campo Grande, desde o início da tarde desta quinta-feira (21), onde três colegas estão presos depois de serem acusados de agressão a um adolescente de 15 anos durante uma abordagem na última terça-feira (19).
“Estamos evoluindo o trabalho jurídico e esperamos que saia o habeas corpus ainda hoje”, afirmou o presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar de MS (ACS), Edmar Soares, que dá apoio moral e jurídico aos três policiais. O habeas corpus já foi protocolado e o presidente estava indo para o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS) para tentar agilizar a análise do pedido.
A Justiça decidiu manter as prisões dos três policiais militares durante audiência de custódia, realizada na manhã desta quinta, no Fórum Heitor Medeiros. A conversão da prisão em flagrante em preventiva foi contrária ao pedido do promotor, segundo Edmar.
Os policiais de folga de diversas corporações também estiveram presentes no fórum e receberam os três colegas de profissão. Durante a audiência, os profissionais esperaram a decisão do lado de fora e mais uma vez aplaudiram e gritaram por justiça quando os PMs presos saíram do local em uma viatura da PM.
De acordo com a ACS, as famílias dos militares estão abaladas. “Eles saíram para trabalhar e não voltaram até agora. Estão sendo tratados como bandidos”, disse o diretor de subtenentes e sargentos da associação, Amauri Braga.
O diretor disse que os dois policiais homens estão em uma cela comum e a mulher está em um alojamento, já que não há cela para mulheres na unidade prisional.
presos (Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS)
Denúncia
A denúncia de agressão foi feita pelo pai do adolescente à Corregedoria da Polícia Militar na última terça-feira (19). Segundo a ACS, os policiais nem chegaram a abordar o adolescente que fugiu de carona em uma motocicleta. Depois ele teria saltado do veículo em movimento, o que teria causado algumas lesões.
“Foi feito exame [de corpo delito] que não apontou nenhuma lesão. E ele pulou da moto em movimento”, pontuou Braga.
Os policiais também alegam que tanto o adolescente quanto o pai dele têm ficha longa na polícia. Conforme nota publicada no site institucional da ACS, o adolescente tem atos de infração por furto na forma tentada e estupro de vulnerável.
Já o pai teia sido preso em 2007 por estelionato. No mesmo ano cometeu o mesmo crime. Em 2009, foi autuado por desobediência, supressão de documento particular e coação no curso de processo. No ano seguinte, foi novamente denunciado na polícia por estelionato. Em 2016, por ameaça. Ele também já registrou três queixar por ter sido ameaçado.