Saúde

Estatinas podem aumentar o risco de ataques cardíacos

Defensores dessas drogas alegam que elas fazem mais bem do que mal a quem já tem doença cardíaca
‘Os efeitos das estatinas a longo prazo são devastadores’, diz especialista Foto: Pixabay - Frauke Feind / Dominio Público CC0 - https://goo.gl/6ZpnTY
‘Os efeitos das estatinas a longo prazo são devastadores’, diz especialista Foto: Pixabay - Frauke Feind / Dominio Público CC0 - https://goo.gl/6ZpnTY

RIO - As estatinas, que são projetadas para ajudar a proteger as pessoas de insuficiência cardíaca, podem realmente aumentar o risco de um ataque cardíaco, de acordo com novo estudo.

Pesquisadores dizem que as drogas, que são tomadas por cerca de 12 milhões de pacientes só no Reino Unido, são mais propensas a causar depósitos de cálcio nas artérias, o que pode levar a um ataque cardíaco, diz o “Daily Mail”.

As estatinas foram desenvolvidas para baixar o colesterol, mas elas também bloqueiam uma molécula necessária para produzir vitamina K, que impede a calcificação das artérias.

O autor do relatório, publicado na “Expert Review of Clinical Pharmacology”, diz que não há “nenhuma evidência para apoiar as pessoas que tomam estatinas”, substância que os oponentes dizem também causar outros problemas de saúde, incluindo fraqueza esquelética e dor muscular.

O Prof. Harumi Okuyama, da Nagoya City University, do Japão, disse ao “Sunday Express”: “Reunimos uma riqueza de informações sobre o colesterol e estatinas de muitos artigos publicados e encontramos provas contundentes de que essas drogas aceleram o endurecimento das artérias e podem causar ou piorar insuficiência cardíaca”.

Da mesma forma, o Dr. Peter Langsjoen, um especialista de coração baseado no Texas, que é coautor do estudo, disse: “Estas drogas nunca deveriam ter sido aprovadas para uso. Os efeitos a longo prazo são devastadores”.

No entanto, há uma abundância de suporte para as estatinas dentro da profissão médica e as drogas são consideradas eficientes na redução dos níveis de colesterol por 25% a 35%.

Os medicamentos Lipitor, Crestor, Zocor e outras estatinas têm sido o tratamento padrão para redução do colesterol há mais de 20 anos.

Essas pílulas funcionam reduzindo a produção de colesterol no fígado.

As estatinas também têm sido desde há muito recomendadas para pessoas que já têm doenças cardíacas e foram creditadas como ajudando a reduzir o risco de ataque cardíaco e derrame.

Um porta-voz da MHRA (Medicines & Healthcare products Regulatory Agency), o regulador de drogas do governo inglês, disse: “Os benefícios das estatinas estão bem estabelecidos e são considerados superiores ao risco de efeitos colaterais na maioria dos pacientes”.

No ano passado, o NICE (National Institute for Health and Care Excellence), do serviço nacional de saúde da Inglaterra, incentivou os médicos a prescrever essas drogas anticolesterol a qualquer pessoa com uma chance de 10% de ter um ataque cardíaco. Essa mudança resultou em 17 milhões de adultos — quase todos com idade superior a 40 anos — agora sendo elegíveis para tomar esses medicamentos.

O Prof. Gillian Leng, presidente-executivo adjunto da NICE, disse: “Os ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais são as principais causas de morte na Inglaterra e no País de Gales”, matando um em cada três pacientes e deixando outros com deficiências que deterioram sua qualidade de vida.