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Avião de Dilma fica retido e presidente perde a posse de Macri

Falta de ordem de ministro de Cristina atrasa aterrissagem; ela ficou apenas duas horas
Dilma, Macri e Juliana conversam Foto: Juan Marcelo Baiardi / AFP
Dilma, Macri e Juliana conversam Foto: Juan Marcelo Baiardi / AFP

BUENOS AIRES - A falta da assinatura de um decreto do ministro da Defesa de Cristina Kirchner levou o avião da presidente Dilma Rousseff a entrar numa fila de voos comerciais e ficar retido por 20 minutos. Como consequência, a presidente brasileira perdeu a posse de Mauricio Macri no Congresso e decidiu seguir direto para a Casa Rosada. Por lá, ficou apenas duas horas antes de voltar ao Brasil.

O avião de Dilma deveria chegar ao Aeroporto Aeroparque, no centro de Buenos Aires às 11h20m, mas pousou apenas às 11h45m — hora em que a posse, adiantada em 15 minutos, começou. Na véspera, o então ministro da Defesa, Agustin Rossi, não deixou assinado o decreto de exclusão aérea, que previa prioridade para o pouso de chefes de Estado e de governo convidados para a posse. Com isso, o avião do governo brasileiro foi obrigado a entrar em uma fila de voos.

O voo do chamado Escalão Avançado, pessoal de apoio da presidente, também se atrasou por mais de duas horas, também por decisão da Força Aérea argentina.

Atrasada, Dilma resolveu então seguir direto para a Casa Rosada, onde teve um encontro bilateral com o novo presidente argentino. Na véspera, o governo argentino não enviou uma delegação para receber o rei Juan Carlos, da Espanha. O rei, pai de Felipe VI, teve que pegar um táxi.

Na posse no Congresso estavam presentes chefes de Estado, como Michelle Bachelet, do Chile; Evo Morales, da Bolívia; Rafael Correa, do Equador; e Juan Manuel Santos, da Colômbia. Dilma foi a única ausência.

Após o juramento, Macri discursou, prometendo governar em equipe. Ao sair, ele fez uma expressão de preocupação e perguntou a um assessor:

— Mas o que houve?

Não se sabe se ele estava se referindo à ausência de Dilma.

Segundo uma fonte do governo, Dilma saiu rápido porque "tem um país em crise a governar". A previsão já era de uma visita rápida. Segundo o Planalto, Dilma foi recebida na Casa Rosada "muito bem e por vários assessores do Macri, presidente do Senado e ministros". Depois foi a primeira a falar com ele depois da posse.