08/03/2016 18h23 - Atualizado em 08/03/2016 18h46

Paes diz que não faltou diálogo em remoções na Vila Autódromo, Rio

'Queriam receber um valor muito alto pelas casas', disse Eduardo Paes.
Após remoções, moradores protestaram em frente ao Palácio da Cidade.

Cristina BoeckelDo G1 Rio

Prefeito do Rio, Eduardo Paes, durante coletiva (Foto: Cristina Boeckel/G1)Prefeito do Rio, Eduardo Paes, durante coletiva (Foto: Cristina Boeckel/G1)

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse durante entrevista coletiva no Centro de Operações que não faltou diálogo com os moradores da Vila Autódromo, Zona Oeste do Rio, onde aconteceram demolições nesta terça-feira (8). Durante a tarde, eles estiveram na porta do Palácio da Cidade para protestar.

"A maior parte dos casos de moradores que querem ainda ficar lá é porque não chegamos a um valor. Eles queriam receber um valor muito alto pelas casas", disse Eduardo Paes.

De acordo com o prefeito, das 824 famílias que vivem atualmente na Vila Autódromo, 275 precisariam sair de suas casas, segundo o projeto inicial. Paes calcula que 268 delas já saíram e sete famílias ainda precisariam ser removidas por terem casas na área de construção no local onde será a via de acesso ao Parque Olímpico e para a recuperação ambiental da faixa marginal da lagoa.

Moradora Maria da Penha teve casa demolida (Foto: Cristina Boeckel/G1)Moradora Maria da Penha teve casa demolida
(Foto: Cristina Boeckel/G1)

Maria da Penha
Eduardo Paes contou também que não faltou diálogo com o casal Maria da Penha e Luiz Cláudio, que tiveram a casa demolida esta terça-feira.

"Nós dialogamos mais com ele do que vocês [a imprensa]. O casal estabeleceu o Monsenhor Luís Antônio, que dirige a Pastoral das Favelas ligada à igreja católica como interlocutor do processo", contou o prefeito.

A carioca Maria da Penha Macena, de 50 anos, teria mais um motivo para celebrar a terça-feira (8). Ela foi escolhida pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) para ser homenageada como símbolo feminino da comunidade Vila Autódromo. O dia, no entanto, foi de tristeza já que ela teve sua casa demolida pela Prefeitura do Rio.

Em entrevista ao G1, Maria da Penha afirmou que mal teve tempo de tirar os pertences de dentro da sua casa. Além disso, ela contou que irá ficar abrigada na igreja da comunidade, onde mora há 23 anos, até conseguir uma moradia.

Maria da Penha, moradora da Vila Autódromo, no Rio (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)Maria da Penha, moradora da Vila Autódromo, no Rio (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)

Projeto para Vila Autódromo, segundo a prefeitura
Segundo o projeto da Prefeitura do Rio, cada casa que será construída no local, onde hoje está a Vila Autódromo, terá dois quartos e quintal. O projeto prevê ainda a pavimentação da área e a colocação de calçadas, drenagem, esgoto, iluminação, paisagismo e área de lazer.

Ainda de acordo com a prefeitura, os moradores removidos puderam optar por serem acomodados na Colônia Juliano Moreira, na Taquara, ou no Parque Carioca. Caso não desejassem nenhuma das opções, poderiam receber uma indenização, cujo valor não foi divulgado.

O prefeito afirmou ainda que, das 549 famílias que não precisariam série da área porque não estavam no traçado das obras e nem na faixa de proteção ambiental, 531 delas teriam pedido para sair da Vila Autódromo, por não verem perspectiva de vida ali.

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