• Raphael Salomão
Atualizado em
agricultura_soja (Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo)

Enquanto cotações em reais estão mais altas que no ano passado, preços em dólar são menores, realçando efeito do câmbio na sustentação do mercado interno (Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo)

O avanço da colheita da safra 2015/2016 no Brasil tem colocado pressão sobre os preços da soja. Apesar de ainda serem considerados atrativos, as cotações recuaram em função da maior disponibilidade e pelo início da entrega da soja vendida antecipadamente pelos produtores. É a avaliação divulgada nesta quarta-feira (10/2) pelos pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea)

"Com o avanço na colheita de soja no Brasil, os produtores estão cumprindo contratos e também ofertam novos lotes no mercado doméstico. Com isso, indústrias aproveitam para reabastecer seus estoques e aceleram o ritmo de esmagamento", informam os pesquisadores.

Desde o último dia primeiro, o indicador da instituição, com base no mercado disponível do Paraná, acumula queda de 4,32%. Na última sexta-feira (5/2), ficou em R$ 72,37 a saca de 60 quilos. A referência baseada no corredor de exportação do Porto de Paranaguá (PR) também registrou desvalorização no início de fevereiro. Na última sexta-feira (5/2), a cotação fechou a R$ 76,69 a saca de 60 quilos. A queda acumulada é de 4,01%.

Apesar disso, os preços ainda estão em patamares mais altos que no começo de fevereiro de 2015. O indicador baseado em Paranaguá registra média de R$ 78,58 por saca nos primeiros cinco dias de apuração dos preços neste mês. Considerando o mesmo intervalo em fevereiro de 2015, a cotação média era de R$ 62/saca.

Os números do Cepea mostram também que, enquanto as cotações se mantêm em níveis maiores em reais, o inverso ocorre no caso do indicador em dólar, realçando os efeitos da valorização da moeda americana em relação ao real sobre os preços internos. Nos primeiros cinco dias deste mês, a média neste início de mês é de US$ 19,96 a saca. No mesmo intervalo em fevereiro de 2015, a média era de US$ 22,68.

Situação semelhante ocorre no indicador de mercado físico, também com base no mercado paranaense. Em reais, a média de fevereiro deste ano (considerando os cinco primeiros dias de apuração do indicador) é de R$ 74,20 a saca. No mesmo intervalo em fevereiro de 2015, o valor era de R$ 58,64. Em dólar, na mesma comparação, o valor caiu de US$ 21,45 para US$ 18,56 a saca.