René Simões está feliz. Mais até do que pela vitória por 3 a 0 sobre o Mogi Mirim (veja os melhores momentos acima), mais uma vitória, mais um número para a invencibilidade na Série B, René está feliz pela compreensão tática e técnica dos jogadores. Após a partida no Estádio Nilton Santos, o treinador explicou que a equipe tem um "protocolo" nos intervalos dos jogos. E que, pela primeira vez, em seis meses, os atletas observaram em campo o mesmo que a comissão técnica. Motivo para alegria.
- Hoje, o que mais me agradou foi o que aconteceu no intervalo.
Nós temos um protocolo que mantemos em todas as partidas. No intervalo, converso
com assistentes, trocamos ideia, pego minhas anotações, discutimos, vamos para o
quadro e montamos o que queremos. Então peço aos jogadores que me digam alguma
coisa. Nesses seis meses, hoje foi o dia em que mais fiquei feliz, porque eles
disseram exatamente o que nós da comissão técnica vimos. Dei os parabéns por
ver que, mesmo naquela adrenalina, estão entendendo o que está acontecendo. Hoje,
o lateral-esquerdo deles estava descendo muito, o Pedro Rosa não estava definindo
bem a marcação e o Mogi Mirim ficou com um jogador a mais no meio. Foi um
achado o nosso primeiro gol, embora tenha sido consequência da mudança do Pimpão
para o lado direito. No segundo tempo, foi encaixar a marcação toda para o time
conseguir jogar e fazer os gols. Poderíamos ter feito mais - avaliou René.
Confira mais trechos da entrevista de René Simões:
Vaias da torcida a Pedro Rosa
- Tem dias que a gente está mais confuso, todo mundo passa por
isso. Hoje ele estava assim. É um belíssimo jogador e vai dar alegrias. Vejo a
qualidade dele nos treinos, mas hoje estava confuso. A torcida pegou no pé
porque viu que ele não sabia se atacava ou defendia. O Luis Ricardo entrou
muito bem, é um jogador agudo. Agora tenho mais uma opção ali. O Pedro vai
melhorar, temos o Jean e o Luis Ricardo para o lado esquerdo também.
Reencontro de Bill com o gol
- No jogo passado o árbitro poderia ter dado o gol para ele,
dar gol contra foi maldade. Bill é um belo jogador, que trabalha bastante e
ajuda, é um cara de grupo. O centroavante vive disso. Quando cheguei ao
Fluminense (em 2008), o Washington Coração Valente estava angustiado porque há
muito tempo não fazia gol. Mas eu disse para ele ter calma porque seria o
artilheiro, e realmente foi. O Bill tem muitas chances de gol pela forma como o
Botafogo joga. Foi legal ele ser aplaudido quando saiu de campo.
Dupla de ataque fazendo outras funções no campo
- Não estamos mais jogando por posição, mas por função. Se eu
tenho a oportunidade de ocupar espaço, por que ficar preso à posição? O volante
pode ir na área se está protegido atrás. Bill e Pimpão têm que ajudar a compactar
o time com um retorno rápido e fazem isso muito bem. O jogador precisa ver onde
está e executar a função.
12º vitória seguida em casa
- É preponderante o fato de jogar no Estádio Nilton Santos.
Lembrar o nome desse monstro sagrado é uma responsabilidade. Desde que o
estádio foi rebatizado, ganhamos todos os jogos. Jogar em casa faz toda a
diferença. Também já ganhamos sete pontos fora de casa, o que mostra que o time
está sendo constante. Essa regularidade talvez seja fruto da metodologia de
trabalho. Mesmo com a rotatividade de atletas, a equipe mantém o padrão. Eles
conseguem jogar, descansar e mantém todo mundo feliz.