Edição do dia 29/03/2016

29/03/2016 07h55 - Atualizado em 29/03/2016 10h12

Delatora diz que recebeu R$ 6 milhões ilegalmente da campanha de Dilma

Dona de agência admitiu em delação premiada da Operação Acrônimo, que recebeu ilegalmente de empreiteira e pagou despesas da campanha de Dilma.

A dona de uma agência de publicidade admitiu em delação premiada da Operação Acrônimo, que recebeu R$ 6 milhões, ilegalmente de uma empreiteira e pagou despesas da campanha de Dilma Rousseff em 2010.

Na campanha presidencial de 2010, foi a agência de comunicação Pepper Interativa que cuidou da imagem de Dilma Rousseff nas redes sociais. A dona da empresa é a publicitária Danielle Fonteles, que fechou acordo de delação premiada.

Daniele é uma das investigadas na Operação Acrônimo, que apura um suposto esquema de financiamento ilegal de campanhas eleitorais. O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, e a mulher dele, Carolina de Oliveira também são investigados.

A Polícia Federal suspeita que a primeira-dama de Minas seja sócia oculta da Pepper Interativa, e que tenha recebido comissões por meio dessa empresa. O nome da agência também foi citado na delação de ex-executivos da Andrade Gutierrez em outra operação: a Lava Jato.

A TV Globo confirmou que os ex-executivos admitiram o pagamento ilegal de dívidas de campanha da presidente Dilma em 2010. Na segunda-feira (28), o jornal Folha de S. Paulo trouxe mais detalhes sobre a notícia que saiu na revista veja no fim de semana. As informações também foram confirmadas pela TV Globo.

Os pagamentos envolvendo contratos fictícios com a agência Pepper Interativa somariam R$ 6 milhões. E, segundo os ex-executivos, esse dinheiro foi repassado à agência a pedido de Fernando Pimentel, que, na época, era um dos coordenadores da campanha da presidente.

A Operação Acrônimo apura, ainda, a suposta ligação do governador de minas com Benedito de Oliveira Neto, conhecido como ‘Bené’. Ele é dono de uma gráfica que prestou serviço para a campanha de Pimentel ao governo de Minas, em 2014. E é apontado pela Polícia Federal como operador do esquema.

Em fevereiro, o Superior Tribunal de Justiça já tinha autorizado a Polícia Federal a interrogar Fernando Pimentel. Os investigadores afirmam, reservadamente, que já há indícios suficientes para denunciar o governador ao STJ. Se a denúncia for aceita, Fernando Pimentel poderá ser afastado do cargo.

A coordenação financeira da campanha eleitoral de Dilma de 2010 afirmou que todos os pagamentos foram declarados ao TSE, que aprovou a prestação de contas.

A defesa de Fernando Pimentel disse que confia nas autoridades, mas lamentou o que chamou de divulgações precipitadas e seletivas de informações que deveriam estar sob sigilo.

O advogado de Carolina de Oliveira afirmou que as atividades públicas e privadas dela foram pautadas pela lei.

O PT de Minas e a Pepper Interativa não quiseram se manifestar.

O Bom Dia Brasil não conseguiu contato com os advogados do empresário Benedito Rodrigues Oliveira Neto.

Shopping
    busca de produtoscompare preços de